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Chefe de imigração ilegal, brasileiro é condenado nos EUA

Nacip Pires, 48, dirigiu esquema que levou ilegalmente para o país centenas de brasileiros e indianos, segundo a Justiça

Outros cinco brasileiros são acusados de participar do esquema, que tinha duas rotas: Bahamas e México

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

Uma brasileiro foi condenado nos Estados Unidos a três anos e dez meses anos de prisão acusado de chefiar uma quadrilha de tráfico internacional de pessoas.

Segundo a Procuradoria americana, Nacip Teotônio Pires, 48, se declarou culpado da acusação de trazer ilegalmente para o país centenas de brasileiros e indianos, incluindo mulheres obrigadas a se prostituir ou atuar em clubes de striptease para pagá-lo pelo serviço.

Muitos imigrantes ilegais eram do Paraná e de Goiás.

A sentença, anunciada anteontem pela Justiça em Nova Jersey, inclui ainda outros três anos em regime semiaberto.

Outros cinco brasileiros também são suspeitos de participar do esquema.

Claudinei Pereira Mota, 35; Francismar da Conceição, 37; e Rubens da Silva, 40, se declaram culpados. Sanderlei Alves da Cruz, 33, foi indiciado e seu caso está pendente.

A sexto acusada, uma mulher identificada apenas como Priscilla, está foragida.

ROTAS

O grupo foi preso no ano passado. Todos estão ilegalmente nos Estados Unidos, informou os procuradores.

De acordo com a Justiça americana, de janeiro de 2008 a junho de 2011, eles dirigiram um esquema para entrada ilegal de estrangeiros em ao menos três Estados: Nova Jersey, Massachusetts e Texas.

O grupo usava basicamente duas rotas. Na primeira, os estrangeiros iam de avião para países da América Central e entravam por terra pela fronteira mexicana.

A segunda incluía viajar de avião até Bahamas e Saint Martin, ambas no Caribe, e seguir de barco para Porto Rico ou Flórida.

Ontem, a Folha revelou que 16 brasileiros foram presos na segunda-feira nas Bahamas, reforçando a suspeita de que ilhas do Caribe são uma nova rota de imigrantes ilegais para os EUA.

PROSTITUIÇÃO

Escutas telefônicas feitas durante as investigações mostraram que cada imigrante ilegal tinha de pagar ao grupo de U$S 13 mil a U$S 25 mil, dependendo da rota.

Quem não podia pagar os valores exigidos sofria ameaças, mostram documentos da Justiça. E muitas jovens brasileiras concordavam em pagar pela viagem já nos EUA, trabalhando como strippers ou prostitutas.

O Itamaraty informou que acompanha o caso, mas nunca houve um pedido para que as autoridades brasileiras atuassem.

A Polícia Federal afirmou que, durante as investigações, forneceu informações sobre o grupo, por meio da Interpol.

Colaborou a Sucursal de Brasília

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