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Motorista fura bloqueio de maratona e atropela 7 em SP

Vítimas foram atendidas em hospitais da região; motorista diz ter sido fechado

Delegado registrou embriaguez ao volante no boletim de ocorrência; teste do bafômetro deu negativo

DO “AGORA”
DE SÃO PAULO

Um metalúrgico de 32 anos foi preso em flagrante após furar um bloqueio da CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) e atropelar sete competidores de uma corrida de rua, na manhã de ontem.

O acidente ocorreu na avenida Pedro Álvares Cabral, na região do parque Ibirapuera, na zona sul de São Paulo.

O motorista será indiciado sob suspeita de tentativa de homicídio doloso (quando há a intenção de matar).

Segundo a polícia, Ricardo Gonçalves dos Santos estava em alta velocidade e desrespeitou a sinalização de trânsito antes de bater na grade que separava os atletas dos veículos e invadir a corrida.

Cinco vítimas tiveram ferimentos leves e foram atendidas em hospitais da região.

A publicitária Daniela Alexandra Fosca Martellini, 51, deu entrada no hospital Albert Einstein, levou pontos na cabeça e foi liberada à tarde.

Segundo a Secretaria Municipal da Saúde, outro ferido foi encaminhado ao hospital São Luiz com fraturas. O hospital, porém, diz não poder passar informações sem autorização da família.

De acordo com Emílio Carlos Pernambuco, delegado-assistente do 27º DP (Campo Belo), o metalúrgico dirigiu de forma "irresponsável".

Segundo ele, o evento estava bem sinalizado. "A sua conduta revelou um risco tremendo." Esse comportamento fez com ele assumisse o risco de matar, disse o delegado.

Durante seu depoimento, o motorista disse que perdeu o controle após receber uma fechada de um outro veículo. Até a conclusão desta edição, ele não tinha um advogado.

No boletim de ocorrência, foi registrado embriaguez ao volante, embora o teste do bafômetro tenha dado negativo. O metalúrgico disse que, na noite de sábado, havia ingerido álcool, mas que voltou para casa às 23h. Às 8h de ontem, saiu para jogar futebol.

O delegado solicitou ao IML (Instituto Médico Legal) um exame de dosagem alcoólica. Decisão do STJ (Supremo Tribunal de Justiça) de março deste ano determinou que só bafômetros e exames de sangue podem valer como prova para incriminar um motorista bêbado.

MAIS RIGOR

Ainda neste mês, o governo federal quer aprovar um projeto de lei que permita à Justiça punir um motorista embriagado mesmo que não seja comprovada a quantidade de álcool no sangue (testemunhos e depoimentos de policiais seriam válidos em ações judiciais).

O projeto já foi aprovado na Câmara e aguarda agora votação no Senado.

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