Índice geral Cotidiano
Cotidiano
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

Após greve, ações e apreensões da PF despencam no país

Com a paralisação iniciada em 7 de agosto, houve apenas 13 ações policiais, contra uma média de 23 por mês até julho

Média de cocaína e maconha apreendidas por mês caiu para menos da metade da registrada até julho

FERNANDO MELLO
FLÁVIA FOREQUE
DE BRASÍLIA

O número de operações da Polícia Federal e de apreensões de drogas despencou desde o início da paralisação de agentes, escrivães e papiloscopistas (especialistas em identificação), em 7 de agosto.

A categoria é a única ainda parada no funcionalismo federal, que no primeiro semestre fez uma onda de protestos.

A paralisação reduziu drasticamente o número de operações policiais. Em média, de janeiro a julho, foram 23 por mês; já em um mês e meio da greve, houve apenas 13.

No início do ano, o ritmo estava lento, mas o número disparou em seguida, com 33 ações em março, 38 em maio e 25 em julho. Após a greve, foram 9 em agosto e 4 neste mês.

Segundo os grevistas, o movimento causou ainda redução expressiva no número de drogas apreendidas, sobretudo nas fronteiras.

A média mensal de cocaína e maconha retidas no país, por exemplo, caiu para menos da metade da registrada de janeiro a julho.

No Paraná, em Mato Grosso do Sul e em Mato Grosso -Estados que concentram as maiores apreensões-, a PF apreendeu até julho, em média, 4.024 kg de cocaína e maconha por mês. Do início da paralisação até 5 de setembro, foram apenas 30,7 kg.

A queda de operações, dizem grevistas, prejudica investigações contra crimes como colarinho branco, lavagem de dinheiro e evasão de divisas.

"Para muita gente, é melhor a PF estar parada. Ela acaba prendendo pessoas envolvidas com o poder, que bancam campanhas de políticos. Parada, não vai prender esse tipo de gente", afirma Marcos Wink, presidente da Fenapef, federação que reúne agentes, escrivães e papiloscopistas.

A entidade não representa os delegados -carreira que ocupa postos de comando e que não fez greve.

Os grevistas afirmam que a situação pode piorar. Ontem, por exemplo, 150 policiais federais do Rio Grande do Sul entregaram os fones usados para acompanhar as escutas telefônicas.

A Fenapef afirma que há falta de disposição do governo em negociar, por isso a continuidade do movimento. Os grevistas não aceitaram o reajuste médio oferecido, de 15,8% em três anos.

Neste mês, a categoria já espera corte de ponto. Entre as reivindicações estão aumento de salário e reconhecimento de funções investigativas.

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.