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Após assaltos, empresas de carro-forte apelam à polícia

Desde 2006, companhias dizem ter sofrido 111 ataques com perda de R$ 107 milhões

Em reunião com o governo, em agosto, setor apresentou perdas e mortes e pediu mais atenção da polícia

ROGÉRIO PAGNAN
DE SÃO PAULO
JOSMAR JOZINO
DO “AGORA”

Em São Paulo, funcionário tem explosivo amarrado ao corpo. Em Hortolândia, outro município paulista, dois vigilantes morrem após ataque surpresa. Em Araras, carro-forte é perfurado com metralhadora antiaérea.

Casos como os narrados acima, cada vez mais comuns no Estado de São Paulo, levaram representantes de empresas de transporte de valores a pedir socorro ao governo paulista.

Em reunião no fim de agosto, na sede da Secretaria da Segurança, representantes do setor relataram esses casos de extrema violência e também falaram da montanha de dinheiro levada pelos bandidos.

Segundo relatório apresentado nessa reunião, ao qual a Folha teve acesso, desde 2006 as empresas sofreram 111 ataques no Estado e perderam mais de R$ 107 milhões.

Desse dinheiro, apenas 2% foi recuperado pelos policiais: cerca de R$ 2,4 milhões.

Em 2011, o dinheiro levado no Estado chegou a quase 80% de todo o montante roubado no país nesse tipo de crime.

Dos R$ 28,1 milhões levados naquele ano, quase R$ 20 milhões foram roubados numa audaciosa ação na Água Branca, zona oeste de São Paulo. Um supervisor da empresa Protege, uma das maiores do país, foi sequestrado e levado à sede da companhia.

Explosivos foram amarrados ao seu corpo. Quando os colegas viram a cena, permitiram a entrada dos bandidos.

MORTOS

De acordo com o deputado major Olímpio Gomes (PDT), membro da Comissão de Segurança da Assembleia e que participou da reunião, representantes das empresas pediram uma maior atenção da polícia, em especial da Civil.

Como exemplo, segundo ele, citaram o ataque a um carro-forte em Hortolândia, em junho, que deixou dois mortos. A versão da empresa é de que nenhum vigilante sobrevivente tinha sido ouvido por policiais, mesmo passados dois meses.

"Na reunião, um delegado disse que havia uma questão de circunscrição. Enquanto o crime é organizado e age no Estado, a polícia ainda fica discutindo áreas de atuação", disse o deputado.

Além dos milhões levados, as empresas apresentaram um quadro de seis funcionários mortos em ataques desde 2009 e 28 feridos. Incluindo suspeitos e policiais, o texto aponta 38 mortos e 90 feridos.

A Polícia Civil diz que parte da responsabilidade pelos roubos e furtos é das próprias empresas que não seguem conceitos básicos de segurança.

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