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Investigação está 'engatinhando', diz polícia

Segundo delegado-geral, dinheiro é difícil de ser recuperado por ser facilmente escondido 'em qualquer buraco'

Segundo o deputado major Olímpio, polícia vai monitorar câmeras em torno de 17 empresas na cidade

DO “AGORA”
DE SÃO PAULO

O delegado-geral da Polícia Civil, Marcos Carneiro Lima, disse ontem que as investigações sobre roubos a carros-fortes e a empresas de transporte de valores ainda estão "engatinhando".

"É preciso fazer investigações de qualidade para poder chegar aos autores desses crimes e obter na Justiça mandados de buscas, apreensões e prisões, além de quebras de sigilos telefônicos, fiscais e bancários e mostrar para essas quadrilhas que o crime não compensa", disse.

Sobre a baixa quantidade de dinheiro recuperada pela polícia, pouco mais de 2% dos R$ 107 milhões levados desde 2006, Lima diz que a dificuldade de recuperação está no fato de o dinheiro ser facilmente pulverizado.

"Dinheiro se esconde em qualquer buraco. Assim foi feito no furto de R$ 167,4 milhões ao Banco Central de Fortaleza, em agosto de 2005, e dos R$ 37 milhões roubados do Banespa de São Paulo em julho de 1999. É diferente de esconder uma carga roubada ou joias, que já têm receptadores", argumentou.

Em novembro do ano passado, o Deic (Departamento de Investigações sobre Crime Organizado) recuperou R$ 2,4 milhões dos R$ 27 milhões roubados no mês anterior da Protege, na Água Branca (zona oeste de São Paulo).

Lima disse ainda que, em parte das ocorrências, as empresas de valores também não tomam as cautelas primárias de segurança.

"Recentemente, um funcionário foi à transportadora de valores, disse que sua família havia sido sequestrada e a empresa atendeu às exigências dos criminosos, entregando o dinheiro para o bando sem consultar a polícia", afirmou ele.

Para o delegado-geral, os ladrões de carros-fortes e empresas de valores devem ser processados não apenas por roubo ou formação de quadrilha, mas também por lavagem de dinheiro. "E, além disso, o patrimônio desses criminosos ou de seus laranjas deve ser confiscado."

CÂMERAS

De acordo com o deputado estadual major Olímpio Gomes (PDT), as empresas conseguiram o compromisso do Deic de implantação de um sistema de monitoramento por câmeras.

A ideia original, segundo o deputado, é implantar equipamentos em torno de 17 sedes de empresas do tipo na capital.

Procurada, a associação das empresas de transporte de valores não indicou alguém para falar sobre o assunto.

(JJ e RP)

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