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Raul Belém Machado (1942-2012)

Arquiteto e cenógrafo mineiro

ESTÊVÃO BERTONI
DE SÃO PAULO

Um teatro sem cenografia é como uma igreja sem altar, costumava dizer Raul Belém Machado, um dos principais cenógrafos de Minas Gerais.

Filho de uma pianista e agitadora cultural, nasceu em Araguari (MG) e se mudou para Belo Horizonte em 1964, para estudar arquitetura na federal de Minas Gerais.

Por influência da mãe, ligou-se às artes desde cedo: tocava flauta, piano, gaita e clarinete e chegou a cantar em coral. Em 1968, fez seu primeiro trabalho de cenografia.

Dizia que o tripé da profissão de cenógrafo consistia em confiança, solidariedade e companheirismo. Comparava seu trabalho ao de um artista circense que, quando se atira no ar, sabe que alguém vai segurá-lo pelas mãos.

Em 1982, entrou para a Fundação Clóvis Salgado, onde foi coordenador artístico do Centro Técnico de Produção. Também na fundação, lecionou caracterização cênica no Centro de Formação Artística, entre 1989 e 2011.

Formou gerações de cenotécnicos, maquiadores e figurinistas, como lembra Patrícia Avellar Zol, diretora de ensino e extensão da fundação.

Manteve o escritório e, como arquiteto, trabalhou numa série de projetos de construção e reforma de teatros. Foi ainda carnavalesco e planejador visual de festas religiosas no interior de Minas.

Em 2008, viu ser lançado o livro "Raul Belém Machado: o Arquiteto da Cena", sobre sua carreira. Trabalhou na fundação até o ano passado.

Atualmente, mesmo doente, fazia a ópera "Carmen", no teatro Castro Alves, em Salvador. Morreu na segunda (17), aos 70, devido a um câncer. Solteiro, não deixa filhos.

coluna.obituario@uol.com.br

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