Análise

Em 15 anos, país desenvolveu maior programa do mundo

O Brasil desenvolveu nos últimos 15 anos o maior sistema público de transplantes de órgãos do mundo, tendo conquistado credibilidade da população.

Em 1997, o programa foi regulamentado pelo Sistema Nacional de Transplantes em Brasília e operacionalizado pelas centrais estaduais, que organizam a identificação de doadores e a lista de candidatos ao transplante.

O sistema é justo. Os órgãos são alocados aos primeiros da fila pelo tempo de espera ou pela maior compatibilidade genética.

Enquanto não existe espera por córneas, para os demais transplantes a fila cresce em todo o mundo devido ao aumento do número de candidatos e à diminuição dos potenciais doadores graças à redução da violência urbana e de mortes precoces por acidente vascular cerebral.

O Estado de São Paulo é responsável por mais de 40% dos transplantes realizados no Brasil. São 22 doadores por milhão de habitantes, enquanto a média nacional é de 13.

Ontem, Dia Nacional do Doador de Órgãos, o governo do Estado premiou os hospitais que mais contribuem para esse alcance.

Entre os premiados estão o Hospital das Clínicas de São Paulo e o Hospital da Unesp de Botucatu, que alcançaram maior eficiência na captação de órgãos, e o Hospital do Rim, que por 12 anos seguidos é o maior centro de transplantes renais do mundo.

CAMPANHA NACIONAL

A Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos lançou a campanha nacional de doação de órgãos com o lema "Avise sua família que você é doador".

A família entenderá esse último desejo e beneficiará a sociedade com a reintegração social de muitas pessoas que dependem de um transplante para recuperar sua integridade intelectual e física.

Se algum dia um de seus familiares precisar de um transplante, ele só será possível quando outras pessoas tomarem a mesma iniciativa.

JOSÉ MEDINA PESTANA é presidente da Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos e da Comissão de Ética da Unifesp