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Polícia apura se Cabo Bruno era seguido

Testemunhas relataram que, nos últimos dias de vida, um carro seguia o ex-PM, morto na última quarta-feira

Monitoramento de ligações telefônicas também pode apontar se o PCC deu ordem para matar o ex-justiceiro

AFONSO BENITES
REYNALDO TUROLLO JR.
DE SÃO PAULO

Pessoas que conviviam com o ex-policial Florisvaldo de Oliveira, o Cabo Bruno, afirmaram à polícia que ele estava sendo seguido nos seus últimos cinco dias de vida.

Desde ontem, investigadores de delegacias da região do Vale do Paraíba estão percorrendo os trajetos feitos pela vítima, que vivia em Pindamonhangaba, mas costumava frequentar igrejas evangélicas no Rio de Janeiro, em Taubaté e em Aparecida.

"Acredito que podemos descobrir quem o seguia, por meio de câmeras de seguranças dos trajetos por onde passava", disse o delegado Vicente Lagioto, do 1º DP de Pindamonhangaba e responsável pelas investigações.

O ex-PM foi morto com 20 tiros na noite da última quarta-feira em frente à casa em que vivia com a mulher, a pastora e cantora gospel Dayse França, e dois enteados.

Seus assassinos foram dois homens, não identificados, que fugiram a pé.

TV

Segundo a polícia, na semana que antecedeu a morte de Bruno, uma equipe de reportagem da TV Record, que estava em um veículo descaracterizado, também seguia o ex-policial militar.

Com câmeras escondidas, os jornalistas acompanharam o ex-PM por ruas da cidade. Na última quarta-feira, momentos antes do assassinato, fizeram uma entrevista com ele. O depoimento deverá ser exibido amanhã no programa "Domingo Espetacular".

"Já pedimos as imagens que o pessoal da Record fez e esperamos identificar quem estava seguindo a vítima", afirmou o delegado Lagioto.

Durante todo o dia de ontem, 13 pessoas foram ouvidas pelos policiais.

ORDEM PARA MATAR

A polícia tenta descobrir se houve ordem do crime organizado para matar o ex-PM. Por isso, estão monitorando ligações de membros do PCC, facção criminosa que atua dentro e fora dos presídios.

Cabo Bruno cumpriu 27 anos de prisão após ser condenado por vários assassinatos na década de 1980.

Ele era acusado de liderar um grupo de extermínio que matou 50 pessoas na zona sul de São Paulo. Na cadeia, Bruno virou pastor. Estava solto desde agosto, quando obteve indulto que extinguiu a pena.

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