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Sob elogios, ex-PM é enterrado em sua cidade natal

ARARIPE CASTILHO
ENVIADO ESPECIAL A CATANDUVA

No velório e no enterro do ex-PM Florisvaldo de Oliveira, o Cabo Bruno, ontem, em Catanduva (a 385 km de São Paulo), sua cidade natal, o clima era de elogios à sua conversão e à atuação como pastor evangélico na prisão.

Parentes, amigos e curiosos acompanharam o velório, que esteve sempre cheio, com cerca de 200 pessoas. Nenhum policial militar, ao menos fardado, esteve presente.

Sua mãe, Josefina Scabim de Oliveira, 88, disse que Cabo Bruno fazia planos para o futuro, após sair da prisão.

"Disse que tinha umas 80 mudas de frutas e queria plantar na chácara que, dizia, Deus iria preparar. Mas acabou que a chácara dele agora é o cemitério", afirmou.

Para o pastor evangélico Gerolino Mesquita, 61, que afirmou ter sido aluno na escola de PMs com o ex-matador, Cabo Bruno foi iludido.

"Era um jovem interiorano que foi engodado por [policiais] mais velhos. A mentalidade da época era que bandido bom era bandido morto."

Mesquita disse que também se viu incentivado a entrar para grupos de matadores de bandidos que trabalhavam financiados por comerciantes. "Mas eu já tinha uma formação cristã e não segui esse caminho", afirmou.

VIDA NORMAL

Há cerca de 15 dias, Cabo Bruno havia ido a Catanduva para comemorar com familiares a liberdade, conseguida após 27 anos na prisão.

Apesar do passado criminoso de Bruno, familiares dizem que esperavam que ele tivesse uma "vida normal" após sair da penitenciária. "Não esperava por isso. Achei que, a partir de agora, ele iria viver bem", disse Laércio de Oliveira, 50, irmão do ex-PM.

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