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'Não é um lacinho que você tira quando quer', diz mulher

PAULO HENRIQUE ARAUJO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, EM FOZ DO IGUAÇU (PR)

"Pedir que eu tire o lenço é a mesma coisa que pedir para me despir", afirma a libanesa naturalizada brasileira Iman Alloul, 45, que vive há 28 anos no Brasil.

Moradora de Foz do Iguaçu (PR), teve que tirar o véu ao posar para fotos de documentos. Ela diz que o pedido surgiu em 2010, num curso do Detran.

"A moça falou que eu tinha que tirar o lenço. Aí eu fiquei assustada. Perguntei onde eu iria tirar, e ela disse que ali mesmo", afirma Iman.

"Daí eu falei: 'moça, não posso tirar o meu lenço aqui. Não é uma fitinha que você tira e coloca na hora que quiser. Não é um acessório, é parte da vestimenta muçulmana'."

Iman diz que pensou em desistir da habilitação, mas, como usava o carro para ir ao trabalho, seguiu o procedimento exigido. "Meu marido não gostou. A minha filha disse que não vai tirar carteira."

A muçulmana diz que também teve que retirar o véu para a foto do passaporte. E, por conta disso, teve problemas ao entrar na Arábia Saudita.

Segundo Iman, um sheik (guia religioso) que a acompanhava cobriu a foto do passaporte dela com um papel e convenceu o atendente a não olhar a foto. Mesmo assim, o rapaz criticou a atitude de Iman. "Ele falou que, se você é muçulmano, é muçulmano em todas as situações."

Ela disse ainda que, em uma blitz no Paraná, já foi questionada por um policial se a foto era mesmo dela.

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