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Pronto-socorro infantil só funciona às quartas e quintas

No Hospital Estadual Geral de Vila Penteado, na zona norte, falta de médicos impede atendimento de crianças

Unidade também abre às sextas-feiras, mas apenas a cada 14 dias; falta de profissionais ocorre há dois anos

DO “AGORA”

Por falta de médicos, o pronto-socorro infantil do Hospital Estadual Geral de Vila Penteado, na Freguesia do Ó (zona norte de São Paulo), só atende às quartas e quintas-feiras. Nos demais dias, os pais que procuram atendimento para seus filhos no local encontram a unidade com as portas fechadas.

Além das quartas e quintas, o pronto-socorro abre às sextas-feiras, mas apenas a cada 14 dias. Não há médicos suficientes para preencher a escala de plantonistas para os sete dias da semana.

A situação contraria resolução do Conselho Federal de Medicina que determina que prontos-socorros, públicos ou privados, fiquem à disposição da população e funcionando sem interrupções.

O hospital passou a fechar as portas do PS infantil na maior parte dos dias desde janeiro, quando a falta de médico -problema que ocorre há dois anos- piorou.

"Os médicos vêm pedindo demissão por problemas como baixo salário, falta de condições de trabalho e até agressão de pacientes e familiares", afirmou um funcionário da unidade.

"Nesse ano, houve uma debandada de demissionários", comenta outra funcionária.

Ela diz que nem às quartas e quintas-feiras, o número de médicos é suficiente. "Deveria haver pelo menos dois médicos, mas só um profissional atende, das 7h às 19h."

A dona de casa Maria do Socorro dos Santos, 40, diz que "há anos" não leva mais seus filhos, de 5, 7 e 9 anos, à unidade. "Vou em UBS, AMA e outros hospitais, atrás de médico para eles", afirma.

Segundo os pais, não adianta recorrer ao PS adulto. "Médicos de adultos não atendem crianças", avisa um funcionário da recepção.

CACHOEIRINHA

O Hospital Geral de Vila Nova Cachoeirinha (zona norte) também enfrenta falta de médicos. Ontem à tarde, não havia clínico-geral para adultos no pronto-socorro, segundo funcionários.

"Quem chegou hoje de manhã, entre as 7h e as 11h, conseguiu atendimento. Os últimos estão sendo atendidos agora", afirmou um funcionário, às 14h45.

Segundo os funcionários, o PS deveria contar com três médicos, mas não havia nenhum, naquele momento.

Segundo o Simesp (Sindicato dos Médicos de São Paulo), o salário-base inicial pago pelo Estado é de R$ 645.

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