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Depois de 16 assassinatos, governo envia Rota para a Baixada Santista

Segundo o governador Geraldo Alckmin (PSDB), grupo foi para a região 'sem prazo para sair de lá'

Tucano não descarta atuação do PCC; para membro de conselho da região, violência está fugindo do controle

DE SÃO PAULO

A série de mortes nos últimos dias na Baixada Santista obrigou o governo paulista a enviar à região equipes da Rota, grupo de elite da Polícia Militar que tem se dedicado a investigar e combater a facção criminosa PCC.

Desde a última quarta-feira, foram ao menos 16 mortes em quatro cidades da Baixada, entre elas as de dois PMs atacados por criminosos.

Segundo o governador Geraldo Alckmin (PSDB), a Rota foi enviada à região "sem prazo para sair de lá". "Vai ficar o tempo necessário."

O tucano, que diz haver muita "lenda" sobre o PCC, não descartou a possibilidade de haver o envolvimento da facção nos crimes. "Acho que nenhuma hipótese deve ser descartada, e o caso está sendo investigado", afirmou.

Equipes da Rota foram enviadas ainda na tarde de anteontem, horas depois de sete pessoas serem mortas e outras cinco ficarem feridas em Santos na madrugada.

O secretário de Estado da Segurança Pública, Antonio Ferreira Pinto, foi a Santos ontem para avaliar a situação. Com ele estava o comandante-geral da Polícia Militar, coronel Roberval França.

Além da Rota, a PM enviou à região homens da Força Tática, Rocam (motos), COE (Comando de Operações Especiais), Canil e Corregedoria.

Procurada ontem, ninguém da Polícia Civil quis atender a reportagem para falar sobre a onda de mortes. A Secretaria da Segurança Pública não soube informar quantas pessoas mortas tinham passagem pela polícia.

FORA DE CONTROLE

O coordenador da câmara temática de segurança do Conselho de Desenvolvimento Sustentável da Baixada Santista, o coronel da reserva da PM Raimundo da Silva Filho, afirma que a situação da violência na região "começou a fugir do controle".

"Sempre que um traficante morre na Baixada, há uma manifestação, uma retaliação ou um ônibus queimado. É algo que nos preocupa."

Ele diz que os municípios estão tentando ajudar o governo do Estado na desmobilização do crime organizado.

Para o secretário de Defesa e Convivência Social do Guarujá, Carlos Antônio da Silva, o que pode estar acontecendo na Baixada Santista é uma "guerra suja".

"Não dá para ter uma leitura muito precisa, mas pode ser uma retaliação de policiais pela morte de colegas, pode ser um grupo de bandidos se aproveitando do momento para matar adversários e botar a culpa na polícia ou pode ser uma briga de criminosos por áreas", disse.

Carlos Silva afirma, porém, que não há clima de insegurança na cidade. "Já houve um reforço na segurança, o que mostra uma reação rápida por parte do governo."

O mesmo discurso é adotado pelo secretário de Segurança de Santos, Carlos Marques Trovão. "As polícias têm feito um bom trabalho."

Já o subsecretário de Segurança de Praia Grande, José Américo Franco Peixoto, afirmou que não é possível estabelecer uma relação entre o crime na cidade e os que aconteceram nas outras cidades da Baixada Santista.

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