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Elize teve ajuda para matar o marido, afirma promotor

Ministério Público pede abertura de inquérito policial para investigar suspeita

Pedido é baseado em laudos do IML, que mostraram cortes diferentes, e IC, que viu DNA de outro homem

FELIPE SOUZA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
JOSMAR JOZINO
DO “AGORA”

O Ministério Público pediu a abertura de inquérito policial para apurar a participação de uma segunda pessoa no assassinato do empresário Marcos Kitano Matsunga.

Sua mulher, Elize Araújo Kitano Matsunaga, 30, confessou o crime. O pedido é baseado em laudos do IML (Instituto Médico Legal) e da Polícia Técnico-Científica.

Em um deles, feito pelo IC (Instituto de Criminalística), amostras coletadas no quarto onde a vítima foi esquartejada apontaram a existência de sangue e outros materiais genéticos de outro homem.

Já no laudo elaborado pelo IML, foi constatado que o corpo tinha dois tipos de corte. Os que foram feitos nos joelhos e na região abdominal eram precisos e cirúrgicos, típicos de alguém com noções de anatomia -Elize era técnica em enfermagem e trabalhou em um centro cirúrgico.

Já o esquartejamento feito na cabeça e nos braços da vítima têm retalhos, o que mostra a dificuldade ou inexperiência de quem os fez. "Não é possível que técnicas tão distintas tenham sido usadas pela mesma pessoa", diz o promotor José Carlos Cosenzo.

Para ele, Elize mentiu ao dizer que cortou sozinha, na sequência, os membros inferiores, superiores, abdômen e pescoço. "O laudo mostra em sequência lógica que primeiro foi cortado o pescoço, membros superiores, abdômen e membros inferiores."

À polícia Elize diz ter usado uma faca de cozinha de 30 cm. A Promotoria não descartou a possibilidade de os ferimentos terem sido feitos por materiais diferentes.

MATERIAL GENÉTICO

O laudo do IC identificou materiais genéticos de três pessoas diferentes no local do crime, sendo dois homens.

Para a Promotoria, não é possível dizer com precisão se o material foi deixado após a morte, embora tenha sido próximo à data do crime.

O delegado Jorge Carrasco, diretor do DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa), afirmou que ainda não recebeu o pedido. "Mas se a Promotoria solicitar, vamos investigar" disse. Ele afirmou estar convicto de que Elize não teve ajuda.

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