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Sessão ao ar livre de filme de Roberto Carlos sofre com chuva

Enquanto os carros na avenida Paulista sofriam parados com o congestionamento de uma noite de chuva, Roberto Carlos dirigia uma Ferrari conversível a toda velocidade pelas ruas sinuosas e ensolaradas do Corcovado, no Rio.

A exibição gratuita do musical "Roberto Carlos em Ritmo de Aventura", no vão do Masp, ontem à noite, não poderia ser mais contrastante com o espaço ao seu redor.

Se cinema é fantasia, isso ficou bem claro para as 137 pessoas que retiraram ingressos -a capacidade do espaço é para 500 pessoas.

"Está frio. Mas gostamos muito de Roberto Carlos para perder essa oportunidade", disse a secretária Maria do Socorro.

Dentro da programação da 36ª Mostra de Cinema de São Paulo, a exibição do longa dirigido por Roberto Farias não chegou a arrancar gritaria, apesar de alguns ensaiarem um coro quando "Eu Sou Terrível" abriu o filme.

O momento de maior interação foi quando José Lewgoy (1920-2003), o grande vilão do filme, falou: "Eu vou gritar para todo mundo...". Sem perder tempo, alguém emendou um "sou Corinthians!".

Na plateia, Jordão Alves de Araújo, 15, dava uma pausa no dia exaustivo.

Ele tem de se sustentar porque deixou a casa dos pais para morar em um terreno invadido no Paraíso. É engraxate na região da avenida Paulista e anda com um cachorrinho vira-lata chamado Bidu.

"Nunca tinha visto um filme. Foi da hora", exclamou Jordão. "A melhor parte foi no fim do tiroteio, quando eles, em vez de se matar, viraram amigos." Outro contraste entre ficção e realidade que o menino, inocentemente, evidencia ao sair com Bidu do local.