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Falta política de incentivo, afirmam urbanistas

Custo é apontado como obstáculo para restauro

Alessandro Shinoda/Folhapress
Casarão na rua da Consolação que pertence ao INSS
Casarão na rua da Consolação que pertence ao INSS

JAIRO MARQUES
DE SÃO PAULO

Legislação ineficiente, alto custo de reformas, falta de reconhecimento cultural são fatores apontados como motivadores para o abandono de prédios tombados no Brasil.

A avaliação é feita por estudiosos, urbanistas e profissionais que lidam com a questão na cidade de São Paulo.

Nádia Somekh, professora de arquitetura do Mackenzie, afirma que é preciso formular uma política de preservação que funcione de fato.

"Só tombar um bem não resolve. O ato não traz recursos para a recuperação. É preciso planejar a preservação do patrimônio com começo, meio e fim", declara.

A urbanista Margareth Uemura, do Instituto Pólis (ONG da área de políticas públicas), corrobora com a opinião de que é preciso ter fontes exclusivas para financiar a restauração de prédios tombados.

"Imóveis com interesse histórico, geralmente, têm valor de reforma alto, com muitos critérios para que se possa mexer neles. Isso faz o mercado imobiliário ter menos interesse, e os edifícios correrem risco de abandono."

Lúcio Gomes Machado, urbanista e ex-conselheiro do Condephaat (conselho estadual do patrimônio histórico), diz que é preciso "acabar com o preconceito" de que imóveis tombados dão trabalho e, por essa razão, deixar que eles se degradem.

"O proprietário é o responsável pelo bem tombado. Quando ele não tem condições comprovadas para fazê-lo, a obrigação passa para o Estado, que também não costuma assumir o ônus. Esse jogo de empurra tem que acabar", afirmou.

DECISÃO

Em relação à decisão judicial sobre os prédios do INSS, Lucila Lacreta, do Movimento Defenda São Paulo, comentou que ela obriga positivamente o poder público "a dar o exemplo".

"Patrimônio tombado não pode ser considerado um estorvo. Bons exemplos devem vir, principalmente, de entidades públicas. Elas devem manter o que pertence à coletividade e mostrar que aquilo tem importância e valor cultural para a sociedade."

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