São Paulo, sexta-feira, 01 de janeiro de 2010

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Mercado Aberto

MARIA CRISTINA FRIAS - cristina.frias@uol.com.br

Agências de rating alertam para rebaixamento de brasileiras

No dia em que anunciou uma oferta hostil pelo grupo português do ramo de cimento Cimpor, a CSN (Companhia Siderúrgica Nacional) viu a agência de classificação de risco Standard and Poor's colocar os seus ratings sob observação, para possível rebaixamento, por causa da possibilidade de que a empresa brasileira precise tomar empréstimos a fim de concretizar o negócio.
O mesmo ocorreu com a Camil Alimentos quando a companhia informou que havia adquirido a Tucapel, maior empresa de arroz do Chile.
Enquanto os economistas preveem para 2010 uma forte onda de fusões e aquisições, por brasileiras, de concorrentes tanto em território doméstico quanto internacional, as agências de risco alertam para o perigo de rebaixamento que as empresas do país correm devido ao aumento do seu endividamento para a realização de tais transações.
O nível de dívida das brasileiras sempre foi relativamente baixo -o que se mostrou uma bênção em tempos de crise, frisam os especialistas- e agora passou a moderado.
"Não existe mais muito espaço para alavancagem. Antes, algumas companhias possuíam endividamento pequeno para aquele rating que detinham; isso é mais raro, agora, até porque muitas sofreram elevação da nota", afirma Alexander Cartenter, analista regional de crédito para a América Latina da Moody's.
"O problema de acumular débitos aparece em tempos de turbulência. Com menos dinheiro disponível no mercado, fica difícil refinanciar os empréstimos", diz Ricardo Carvalho, diretor sênior de avaliação de empresas da Fitch Ratings.
"As compras de ativos financiadas com caixa próprio tendem a ser mais favoráveis para as companhias. Entretanto, a avaliação do crédito tomado com esse objetivo também é feita levando em consideração as vantagens que o negócio traz para a empresa no futuro", diz.

"BUSINESS" E SOCIAL
Há dois anos, Leonardo Letelier, 36, formado em engenharia de produção, resolveu mudar de vida. Deixou de lado o emprego de mais de dez anos na consultoria McKinsey, chegou a recusar convite para trabalhar em um "private bank", e decidiu criar uma empresa que juntasse o "business" e o social, a sitawi. "Eu queria ser uma pessoa mais completa, com mais dimensões na vida, e não só o lado "business"."
A sitawi é um fundo social que capta recursos, por meio de doações de pessoas físicas e empresas, e repassa a organizações sociais para financiamento de projetos. A taxa de juros cobrada é mais baixa que a praticada pelo mercado.
O fundo emprestou R$ 600 mil em 2009, dos quais R$ 200 mil já voltaram. "Hoje, existe mais demanda, mais projetos, do que capital", diz ele.
O dinheiro doado ao fundo é repassado a organizações. O que paga as despesas operacionais são as taxas de juros e as consultorias, como a do Prêmio Empreendedor Social 2009, realizado pela Folha e pela Fundação Schwab, diz Letelier.

PONTE PARA O VIRTUAL
"O ano não foi como queríamos- de crescimento de 10%. Mas fechamos com 6,2% e faturamento de R$ 12.2 bilhões", diz Carlos Henrique Almeida Custódio, presidente da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos. Nada mal em um ano difícil e para quem encarar a queda contínua de cartas manuscritas . Foram 2,5 bilhões em 2009. O recorde havia sido em 2002, quando foram transportadas quase 5 bilhões de cartas de pessoas físicas. "Temos o desafio de atuar em novas frentes de serviços. Ninguém está em todos os municípios do Brasil como nós. Crescemos com a entrega de vendas virtuais." Daí a necessidade de mudar os estatutos da empresa, para entregar mercadorias mais pesadas. Na filatelia, o destaque foi a série Relações Diplomáticas Coreia do Sul- Pontes Incheon (Seul) e Octavio Frias de Oliveira (SP), com selos vendidos nos dois países.

PROPOSIÇÕES DE NOVO ANO
Em 2009
Resultado positivo pelo terceiro ano consecutivo

Metas para 2010
Mudar estatuto dos Correios para transportar carga acima de 30 kg
Ter shopping virtual, principalmente em cidade afastada, onde não há rede de varejo
Criar empresa em parceria para aperfeiçoar a logística; ter aviões mais modernos, mais tempo à disposição dos Corre

Querida, encolhi a gravata

Divulgação

Da esquerda para a direita, dois modelos de Ricardo Almeida e dois da Hugo Boss; as grifes de luxo registraramem 2009 um aumento na demanda por gravatas mais estreitas; em 2010, a tendência será um crescimento nas vendas de modelos listrados, xadrezes ou com estampas discretas; na Hugo Boss, as mais vendidas no ano foramas listradas, seguidas por geométricas e lisas

com JOANA CUNHA, ALESSANDRA KIANEK e DENYSE GODOY


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