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Mercado Aberto
MARIA CRISTINA FRIAS - cristina.frias@uol.com.br
Agências de rating alertam para rebaixamento de brasileiras
No dia em que anunciou uma
oferta hostil pelo grupo português do ramo de cimento Cimpor, a CSN (Companhia Siderúrgica Nacional) viu a agência
de classificação de risco Standard and Poor's colocar os seus
ratings sob observação, para
possível rebaixamento, por
causa da possibilidade de que a
empresa brasileira precise tomar empréstimos a fim de concretizar o negócio.
O mesmo ocorreu com a Camil Alimentos quando a companhia informou que havia adquirido a Tucapel, maior empresa de arroz do Chile.
Enquanto os economistas
preveem para 2010 uma forte
onda de fusões e aquisições, por
brasileiras, de concorrentes
tanto em território doméstico
quanto internacional, as agências de risco alertam para o perigo de rebaixamento que as
empresas do país correm devido ao aumento do seu endividamento para a realização de tais
transações.
O nível de dívida das brasileiras sempre foi relativamente
baixo -o que se mostrou uma
bênção em tempos de crise, frisam os especialistas- e agora
passou a moderado.
"Não existe mais muito espaço para alavancagem. Antes, algumas companhias possuíam
endividamento pequeno para
aquele rating que detinham; isso é mais raro, agora, até porque muitas sofreram elevação
da nota", afirma Alexander
Cartenter, analista regional de
crédito para a América Latina
da Moody's.
"O problema de acumular
débitos aparece em tempos de
turbulência. Com menos dinheiro disponível no mercado,
fica difícil refinanciar os empréstimos", diz Ricardo Carvalho, diretor sênior de avaliação
de empresas da Fitch Ratings.
"As compras de ativos financiadas com caixa próprio tendem a ser mais favoráveis para
as companhias. Entretanto, a
avaliação do crédito tomado
com esse objetivo também é
feita levando em consideração
as vantagens que o negócio traz
para a empresa no futuro", diz.
"BUSINESS" E SOCIAL
Há dois anos, Leonardo
Letelier, 36, formado em engenharia de produção, resolveu mudar de vida. Deixou de
lado o emprego de mais de
dez anos na consultoria
McKinsey, chegou a recusar
convite para trabalhar em
um "private bank", e decidiu
criar uma empresa que juntasse o "business" e o social, a
sitawi. "Eu queria ser uma
pessoa mais completa, com
mais dimensões na vida, e
não só o lado "business"."
A sitawi é um fundo social
que capta recursos, por meio
de doações de pessoas físicas
e empresas, e repassa a organizações sociais para financiamento de projetos. A
taxa de juros cobrada é
mais baixa que a praticada
pelo mercado.
O fundo emprestou R$
600 mil em 2009, dos
quais R$ 200 mil já voltaram. "Hoje, existe mais
demanda, mais projetos,
do que capital", diz ele.
O dinheiro doado ao
fundo é repassado a organizações. O que paga as
despesas operacionais são
as taxas de juros e as consultorias, como a do Prêmio Empreendedor Social
2009, realizado pela Folha e pela Fundação
Schwab, diz Letelier.
PONTE PARA O VIRTUAL
"O ano não foi como queríamos- de crescimento de
10%. Mas fechamos com 6,2% e faturamento de R$ 12.2
bilhões", diz Carlos Henrique Almeida Custódio, presidente da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos.
Nada mal em um ano difícil e para quem encarar a queda contínua de cartas manuscritas . Foram 2,5 bilhões
em 2009. O recorde havia sido em 2002, quando foram
transportadas quase 5 bilhões de cartas de pessoas físicas. "Temos o desafio de atuar em novas frentes de serviços. Ninguém está em todos os municípios do Brasil
como nós. Crescemos com a entrega de vendas virtuais." Daí a necessidade de mudar os estatutos da empresa, para entregar mercadorias mais pesadas. Na filatelia, o destaque foi a série Relações Diplomáticas Coreia do Sul- Pontes Incheon (Seul) e Octavio Frias de
Oliveira (SP), com selos vendidos nos dois países.
PROPOSIÇÕES DE NOVO ANO
Em 2009
Resultado positivo pelo terceiro
ano consecutivo
Metas para 2010
Mudar estatuto dos Correios para
transportar carga acima de 30 kg
Ter shopping virtual,
principalmente em cidade afastada,
onde não há rede de varejo
Criar empresa em parceria para
aperfeiçoar a logística; ter aviões
mais modernos, mais tempo à
disposição dos Corre
Querida, encolhi a gravata
Divulgação
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NÓ
Da esquerda para a direita, dois modelos de Ricardo Almeida e dois da Hugo Boss; as grifes de luxo registraramem 2009 um aumento na demanda por gravatas mais estreitas; em 2010, a tendência será um crescimento nas vendas de modelos listrados, xadrezes ou com estampas discretas; na Hugo Boss, as mais vendidas no ano foramas listradas, seguidas por geométricas e lisas
com JOANA CUNHA, ALESSANDRA KIANEK e DENYSE GODOY
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