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GUILHERME BARROS - guilherme.barros@grupofolha.com.br
Construção perde mais de 100 mil vagas no país no último bimestre
O emprego no setor de construção civil no Brasil caiu 4%
em dezembro em relação a novembro. No Estado de São Paulo, a queda foi de 2,62%, segundo o SindusCon-SP (Sindicato
da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo).
Foram fechadas no país mais
de 87 mil vagas, ante cerca de
25 mil em dezembro de 2007.
Em São Paulo, foram 15.940
postos a menos. Nos últimos
dois meses do ano foram extintas 109.086 vagas de construção no país. O ano de 2008 fechou com 2.084.957 postos no
Brasil e 592.408 em São Paulo.
O baque no emprego superou
o esperado no último bimestre,
segundo Sergio Watanabe, presidente do SindusCon-SP. A
crise atingiu o setor com um
corte maior que a queda sazonal comum no fim de todos os
anos pelas férias e pelas chuvas.
Em dezembro, todas as regiões do país tiveram queda no
nível de emprego da construção (veja o gráfico). As regiões
Norte e Centro-Oeste foram as
que sofreram quedas mais
acentuadas, de 7,5% e 7,49%,
respectivamente. No Sul, 8.889
trabalhadores foram dispensados, com redução de 2,99% no
nível de emprego. No Sudeste, a
queda foi de 3,68%, com a dispensa de 44.703 pessoas.
Dos 87,4 mil postos de trabalhos perdidos em dezembro no
Brasil, 25% foram provocados
por outras razões diferentes da
sazonalidade, segundo levantamento mensal do SindusCon-SP e da FGV Projetos, com base
nos dados do Caged/MTE.
A crise é responsável, diz Watanabe. "Parte da queda foi a
crise, que chegou na construção fazendo com que empresas
suspendessem obras e, portanto, postos de trabalho."
No Estado de São Paulo, o
efeito não-sazonal foi um pouco maior em dezembro. Segundo a entidade, 37% das demissões na construção paulista
ocorreram por motivos diversos da sazonalidade.
As demissões superaram as
contratações em todas as regiões do Estado, com destaque
para Sorocaba, que dispensou
2.372 pessoas no mês (-3,55%).
Na capital paulista, o recuo do
índice em dezembro foi de
1,71%, com 4.957 cortados.
A expectativa da entidade no
fim do ano era que o impacto da
crise no curto prazo no emprego formal fosse limitado, pois o
ciclo de produção longo poderia garantir as atividades aquecidas até o fim do primeiro semestre de 2009. Mas os resultados de novembro já indicavam redução acima do normal.
A construção civil brasileira
ainda conseguiu fechar 2008
com aumento percentual médio acumulado de 17,36% no nível de emprego. Na comparação entre os meses de dezembro de 2008 e de 2007, o setor
também fechou com saldo positivo de 250 mil trabalhadores,
alta de 13,64% no número de
vagas. Mas, segundo Watanabe,
a manutenção do crescimento
do setor agora está condicionada ao início de novas obras.
ROUBINI NO BRASIL
O economista Nouriel
Roubini, que ficou conhecido como "Mr. Apocalipse" por ser um dos únicos
a prever a atual crise ainda em 2006, virá a SP nos
dias 21 e 22 de maio. Ele
fará a abertura do Credit
and Marketing Vision
2009, maior evento sobre
crédito e marketing mundial, promovido pela Serasa Experian pela primeira
vez no Brasil. Também
participarão Anatole Kaletsky, do "Times", e Bill
Tancer, da Hitwise.
NOVO INDICADOR
Os preços dos produtos comercializados na Ceagesp (Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo) subiram 4,57% em 2008. O número é resultado de um novo indicador de variação de preços no atacado que a Ceagesp acaba de lançar e que, a partir de agora, será divulgado no primeiro dia de cada mês. O cálculo envolve uma cesta de 105
de itens de frutas, legumes, verduras, pescados e diversos.
No ano passado, mais de 3,85 milhões de toneladas de hortícolas passaram pela Ceagesp, segundo Rubens Boffino, presidente do órgão, que afirma que o índice será mais preciso
para medir o peso dos alimentos na inflação do que os disponíveis no mercado, pois abrange mais de cem itens.
PAMPAS
O Sindvel (sindicato das
indústrias do vale da eletrônica de Minas Gerais) acaba
de abrir seu primeiro escritório internacional, em
Montevidéu, no Uruguai. A
expectativa é que a nova unidade gere US$ 2 milhões em
negócios nos próximos 11
meses. A iniciativa faz parte
de um projeto de expansão
do parque industrial, que inclui cerca de 130 empresas,
para a abertura de novas
agências. Os próximos destinos são Chile, México, Hong
Kong e EUA -no Vale do Silício, na Califórnia.
RETORNÁVEIS
O Wal-Mart Brasil vendeu
e doou 1 milhão de sacolas
retornáveis de maio a dezembro. Além da venda do
produto na rede, 75 mil unidades foram doadas a funcionários. Um projeto piloto
no Nordeste dá desconto
nas compras de quem substitui a tradicional embalagem de supermercado pela
retornável. De 1º de dezembro a 20 de janeiro, foram
R$ 35 mil em descontos e 1,1
milhão de sacolas plásticas
evitadas. O que a rede pagaria pela sacola plástica não
usada vira crédito ao cliente.
TECIDO
As vendas do segmento de
cama, mesa e banho na região da 25 de Março, em São
Paulo, caíram 20% em janeiro ante dezembro, segundo
o Sindicato do Comércio
Atacadista de Tecidos de São
Paulo. A região tem um comportamento diferente das
outras partes da cidade, segundo Arinos de Almeida
Barros, presidente do sindicato. Em toda a São Paulo, a
redução das vendas ficou em
torno de 25%.
REPOSIÇÃO
A Sofape, maior fabricante de filtros automotivos da
América Latina, está investindo R$ 1,2 milhão no lançamento da nova linha do
produto da marca Tecfil, líder no segmento de reposição. A empresa está otimista
com o novo produto porque,
mesmo com a economia retraída por conta da crise internacional, o mercado de
reposição vai manter os negócios, diz Ricardo Pessoa,
diretor comercial da Sofape.
Com JOANA CUNHA e MARINA GAZZONI
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