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BB usa "seguro" para financiar empresas
Banco replica modelo adotado durante a crise em empréstimo de longo prazo para pequenas empresas
TONI SCIARRETTA
DA REPORTAGEM LOCAL
No auge da crise, pequenas e
médias empresas enfrentaram
dificuldades para levantar dinheiro no banco até para cobrir
deficiências de caixa no dia a
dia, o capital de giro. Para resolver o problema, governo e bancos organizaram um fundo de
aval, chamado FGO (Fundo
Garantidor de Operações), que
funciona como uma espécie de
seguro para cobrir perdas com
a inadimplência.
O modelo criado para "administrar a crise" teve uma aceitação tão alta entre as pequenas
empresas que agora o Banco do
Brasil, que administra o FGO,
pretende utilizá-lo também para financiar projetos de investimento e de expansão dessas
companhias.
Para isso, o BB decidiu levar
para sua rede de 1,84 milhão de
empresas de médio e pequeno
portes uma modalidade de empréstimo de longo prazo em
que o cliente pode aderir ao
FGI (Fundo Garantidor de Investimentos), que faz o "seguro" nesse segmento de crédito.
Esse segundo fundo será administrado pelo BNDES, que
tem experiência com financiamentos longos e juros menores, e deve abrir para o varejo
no início de fevereiro. O fundo
contará com recursos do governo, dos bancos e dos próprios
tomadores de empréstimo.
Para se habilitarem a utilizar
o fundo, as instituições financeiras devem contribuir com
0,5% do valor do empréstimo
que será garantido. Em caso de
inadimplência, o fundo cobre
até 80% das perdas.
Segundo Ricardo Flores, vice-presidente de crédito do BB,
as empresas que fizeram empréstimo para capital de giro
utilizando o FGO conseguiram
reduzir os juros entre 27% e
30%. A adesão ao fundo garantidor também facilitou a vida
das empresas por reduzir as
exigências de garantias.
O resultado foi que as concessões de novos empréstimos
para empresas pequenas utilizando o "seguro" do fundo de
aval já somam quase um terço
de todas as operações de crédito elegíveis para o instrumento.
"Você consegue emprestar
com uma taxa de juros menor,
porque o risco é menor. A inadimplência é residual, de menos de 1%. No caso do novo fundo, a expectativa é que se possa
reduzir taxas de juros dessa
forma também. As simulações
ainda estão sendo feitas", disse.
No primeiro fundo garantidor, os aportes permitem o "seguro" de mais de R$ 7 bilhões
em financiamentos.
Sozinho, o BB já liberou R$
2,4 bilhões em 82 mil empréstimos para pequenas e médias
empresas utilizando o FGO.
A maior parte das operações
teve um tíquete de R$ 30 mil e
atendeu aos setores de comércio (56%) e serviços (28%). A
região Centro-Oeste responde
por 30% dos desembolsos, seguida pelo Sudeste, com 28%.
Para Flores, os bancos privados também devem concorrer
neste ano pelo crédito às pequenas e médias empresas.
"Teremos uma concorrência
muito maior. E o fundo garantidor permite aos bancos privados ter taxas mais competitivas
para ganhar mercado", disse.
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