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Mercado Aberto
guilherme.barros@uol.com.br
Alta de 2,9% do PIB foi puxada por acumulação de estoques
A forte acumulação de estoques no quatro trimestre do
ano passado foi fundamental
para o PIB ter crescido 2,9% em
2006, um resultado pouco acima da maioria das estimativas
do mercado. A variação dos estoques foi de 296% no último
trimestre do ano passado. No
ano, a alta foi de 73,9%.
Segundo relatório do Credit
Suisse no Brasil, sem a contribuição da acumulação de estoques, o PIB teria crescido 2,4%
em 2006. O curioso é que esse
dado revela uma desaceleração
em relação ao ano anterior.
Sem estoques, o PIB teria crescido 3,2% em 2005, e o resultado foi de 2,3%.
A forte alta dos estoques no
final do ano passado, segundo
análise do CS, sugere que a economia não passa por um processo de ajuste de estoques.
Sendo assim, o CS não acha razoável supor que haja risco de
forte aceleração da atividade
econômica nos próximos trimestres em decorrência da hipótese de que esteja ocorrendo
um processo de recomposição
de estoques.
Pelo IBGE, os estoques são
compostos, em sua maioria,
por produtos da agropecuária,
petróleo e derivados. Para os
economistas do banco, o forte
movimento de acumulação de
estoques do final do ano passado pode estar mais ligado a fatores de oferta do que de demanda, com baixo impacto,
portanto, para a condução da
política monetária.
Entre os exemplos da influência de fatores de oferta sobre a acumulação de estoques,
o CS citou o aumento da produção de petróleo por meio da entrada em operação de novas
plataformas de petróleo, o aumento do rebanho nacional e a
alta da safra agrícola em razão
das condições climáticas favoráveis.
O grande destaque do PIB de
2006 foi a alta da demanda doméstica, com a expansão de
3,8% do consumo das famílias e
de 6,3% dos investimentos. Segundo o CS, a contribuição do
setor externo foi negativa (-1,4
ponto percentual). O forte crescimento das importações
(17,9%) supriu boa parte da expansão da demanda doméstica,
reduzindo a probabilidade de
aparecimento de gargalos no
parque produtivo.
CABEÇA FEITA
A empresa de cosméticos Lowell vai fazer uma reunião
inusitada. Na próxima semana, durante quatro dias, a empresa vai concentrar 1.500 cabeleireiros de todo o país em
um cruzeiro. A empresa fretou o transatlântico Costa Romântica, que sai do porto de Santos (Estado de São Paulo),
na segunda-feira, para o Congresso Marítimo de Cabeleireiros. O cruzeiro percorrerá as praias da cidade do Rio de Janeiro, Búzios e Angra. Durante o evento, a Lowell, que completa 15 anos em 2007, lançará catálogo com novos produtos. "No evento também será lançada a versão de 2008 do
cruzeiro", diz Daniela Andrade, diretora de marketing da
empresa.
REFRESCO
O presidente mundial da Coca-Cola, Neville Isdell, desembarca no Brasil nos próximos dias. Será uma breve estadia, de cerca de 24 horas. Isdell vai ao Rio de Janeiro e
à Bahia. Na agenda, está previsto encontro com o governador baiano, Jaques Wagner.
CONTRA-SENSO
A declaração de Marcelo
Saintive, do Seae, de que há
protecionismo nas medidas
antidumping adotadas pelo
Brasil nos últimos anos, e de
que isso estaria protegendo
a indústria nacional em detrimento da livre concorrência e do consumidor, provocou reação dos fabricantes
de eletroeletrônicos de consumo. Segundo Paulo Saab,
presidente da Eletros, "o
que mais se ouve nos fóruns
empresariais são queixas de
que faltam medidas de defesa comercial para combater
práticas desleais e subsídios
contidos nos preços de importados, em especial da
Ásia. A declaração da Fazenda é um contra-senso com a
realidade do mercado".
IMOBILIÁRIO
A Funcef, fundo de pensão
dos funcionários da Caixa,
tem em reserva R$ 400 milhões para investir no setor
imobiliário em 2007. Jorge
Arraes, diretor imobiliário
da fundação, apresentará a
gestão de investimentos
imobiliários, no evento Investimentos Estrangeiros
nos Setores Imobiliários e
Turísticos no Brasil, até
amanhã, no Rio.
HOTÉIS
A primeira edição do Casa
Hotel, da Casa Cor, terá investimentos de R$ 2,5 milhões, distribuídos em infra-estrutura e na realização do
evento, e 18 empresas de diversos segmentos na lista
dos participantes. A exibição
abre suas portas hoje.
COELHO DA PÁSCOA
A Kraft Foods lança hoje o
ovo Diamante Negro, em
forma de diamante. O produto é resultado de dois
anos de pesquisas e investimentos. Nas últimas Páscoas, a empresa lançou o
Trakiovo, um "biscoitão", e o
Sonho de Valsa Coração.
POSTAL
O governo federal prepara
MP para favorecer os atuais
franqueados de agências dos
Correios. Por determinação
do TCU, todas as agências
franqueadas terão que ser licitadas até novembro. Após
ouvir reclamações dos donos das agências, que alegam
ter investido muito no negócio, o governo decidiu cumprir a decisão do TCU com
ressalvas. Vai licitar, mas
com condições especiais para os atuais franqueados,
que garantam situação mais
favorável na disputa ou uma
indenização para deixar o
negócio.
NA BULA
Os genéricos atingiram
US$ 1 bilhão em vendas em
2006 e já respondem por
13,5% do mercado brasileiro
de medicamentos em unidades, 6% mais que há três
anos. A informação será dada por Vera Valente, diretora-executiva da Pró Genéricos (associação de indústrias de medicamentos genéricos), hoje, em Londres,
no Global Generic Medicines Summit. Essa será sua
última missão à frente do
cargo. Ela está deixando a
Pró Genéricos.
com ISABELLE MOREIRA e JOANA CUNHA
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