São Paulo, quinta-feira, 01 de março de 2007

Próximo Texto | Índice

Mercado Aberto

guilherme.barros@uol.com.br

Alta de 2,9% do PIB foi puxada por acumulação de estoques

A forte acumulação de estoques no quatro trimestre do ano passado foi fundamental para o PIB ter crescido 2,9% em 2006, um resultado pouco acima da maioria das estimativas do mercado. A variação dos estoques foi de 296% no último trimestre do ano passado. No ano, a alta foi de 73,9%.
Segundo relatório do Credit Suisse no Brasil, sem a contribuição da acumulação de estoques, o PIB teria crescido 2,4% em 2006. O curioso é que esse dado revela uma desaceleração em relação ao ano anterior. Sem estoques, o PIB teria crescido 3,2% em 2005, e o resultado foi de 2,3%.
A forte alta dos estoques no final do ano passado, segundo análise do CS, sugere que a economia não passa por um processo de ajuste de estoques. Sendo assim, o CS não acha razoável supor que haja risco de forte aceleração da atividade econômica nos próximos trimestres em decorrência da hipótese de que esteja ocorrendo um processo de recomposição de estoques.
Pelo IBGE, os estoques são compostos, em sua maioria, por produtos da agropecuária, petróleo e derivados. Para os economistas do banco, o forte movimento de acumulação de estoques do final do ano passado pode estar mais ligado a fatores de oferta do que de demanda, com baixo impacto, portanto, para a condução da política monetária.
Entre os exemplos da influência de fatores de oferta sobre a acumulação de estoques, o CS citou o aumento da produção de petróleo por meio da entrada em operação de novas plataformas de petróleo, o aumento do rebanho nacional e a alta da safra agrícola em razão das condições climáticas favoráveis.
O grande destaque do PIB de 2006 foi a alta da demanda doméstica, com a expansão de 3,8% do consumo das famílias e de 6,3% dos investimentos. Segundo o CS, a contribuição do setor externo foi negativa (-1,4 ponto percentual). O forte crescimento das importações (17,9%) supriu boa parte da expansão da demanda doméstica, reduzindo a probabilidade de aparecimento de gargalos no parque produtivo.

CABEÇA FEITA
A empresa de cosméticos Lowell vai fazer uma reunião inusitada. Na próxima semana, durante quatro dias, a empresa vai concentrar 1.500 cabeleireiros de todo o país em um cruzeiro. A empresa fretou o transatlântico Costa Romântica, que sai do porto de Santos (Estado de São Paulo), na segunda-feira, para o Congresso Marítimo de Cabeleireiros. O cruzeiro percorrerá as praias da cidade do Rio de Janeiro, Búzios e Angra. Durante o evento, a Lowell, que completa 15 anos em 2007, lançará catálogo com novos produtos. "No evento também será lançada a versão de 2008 do cruzeiro", diz Daniela Andrade, diretora de marketing da empresa.

REFRESCO
O presidente mundial da Coca-Cola, Neville Isdell, desembarca no Brasil nos próximos dias. Será uma breve estadia, de cerca de 24 horas. Isdell vai ao Rio de Janeiro e à Bahia. Na agenda, está previsto encontro com o governador baiano, Jaques Wagner.

CONTRA-SENSO
A declaração de Marcelo Saintive, do Seae, de que há protecionismo nas medidas antidumping adotadas pelo Brasil nos últimos anos, e de que isso estaria protegendo a indústria nacional em detrimento da livre concorrência e do consumidor, provocou reação dos fabricantes de eletroeletrônicos de consumo. Segundo Paulo Saab, presidente da Eletros, "o que mais se ouve nos fóruns empresariais são queixas de que faltam medidas de defesa comercial para combater práticas desleais e subsídios contidos nos preços de importados, em especial da Ásia. A declaração da Fazenda é um contra-senso com a realidade do mercado".

IMOBILIÁRIO
A Funcef, fundo de pensão dos funcionários da Caixa, tem em reserva R$ 400 milhões para investir no setor imobiliário em 2007. Jorge Arraes, diretor imobiliário da fundação, apresentará a gestão de investimentos imobiliários, no evento Investimentos Estrangeiros nos Setores Imobiliários e Turísticos no Brasil, até amanhã, no Rio.

HOTÉIS
A primeira edição do Casa Hotel, da Casa Cor, terá investimentos de R$ 2,5 milhões, distribuídos em infra-estrutura e na realização do evento, e 18 empresas de diversos segmentos na lista dos participantes. A exibição abre suas portas hoje.

COELHO DA PÁSCOA
A Kraft Foods lança hoje o ovo Diamante Negro, em forma de diamante. O produto é resultado de dois anos de pesquisas e investimentos. Nas últimas Páscoas, a empresa lançou o Trakiovo, um "biscoitão", e o Sonho de Valsa Coração.

POSTAL
O governo federal prepara MP para favorecer os atuais franqueados de agências dos Correios. Por determinação do TCU, todas as agências franqueadas terão que ser licitadas até novembro. Após ouvir reclamações dos donos das agências, que alegam ter investido muito no negócio, o governo decidiu cumprir a decisão do TCU com ressalvas. Vai licitar, mas com condições especiais para os atuais franqueados, que garantam situação mais favorável na disputa ou uma indenização para deixar o negócio.

NA BULA
Os genéricos atingiram US$ 1 bilhão em vendas em 2006 e já respondem por 13,5% do mercado brasileiro de medicamentos em unidades, 6% mais que há três anos. A informação será dada por Vera Valente, diretora-executiva da Pró Genéricos (associação de indústrias de medicamentos genéricos), hoje, em Londres, no Global Generic Medicines Summit. Essa será sua última missão à frente do cargo. Ela está deixando a Pró Genéricos.


com ISABELLE MOREIRA e JOANA CUNHA

Próximo Texto: Sob Lula, crescimento fica igual ao de FHC
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.