São Paulo, quinta-feira, 01 de março de 2007

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Indústria de transformação cresce só 1,9%

DO ENVIADO ESPECIAL AO RIO

A indústria de transformação (produtora de bens de consumo) puxou para baixo o PIB de 2,9% de 2006. Seu crescimento foi de só 1,9% no ano -desempenho atribuído principalmente à concorrência com importados, que substituíram a produção local entrando no país na esteira do dólar barato.
No último trimestre, porém, a indústria de transformação reagiu e cresceu 3,4% na comparação com igual período de 2005, o que pode indicar melhores resultados em 2007. Ana Maria Castelo, da GV Consult, afirma que, apesar do resultado fraco na média de 2006, a aceleração da produção industrial no final do ano acabou ajudando no resultado do PIB em 2006 -que ela considera "bom".
A indústria como um todo cresceu 3% em 2006, favorecida pelo desempenho das áreas de construção civil e extrativo-mineral. No último trimestre, o crescimento foi ainda maior: 3,7% na comparação com 2005.
No ano passado, a construção civil teve variação positiva de 4,5% (1,3% em 2005). A área de extração mineral (onde petróleo e ferro representam 80%) cresceu 5,6% (10,9% em 2005).
Apesar de pouca perspectiva para mudanças no atual patamar do câmbio, a consultoria Tendências projeta um ano bem melhor para a indústria em 2007. A expectativa é que o crescimento do setor passe dos 3% em 2006 para 4% neste ano. No caso da indústria de transformação, a projeção é de alta 3,5%.
Ao contrário de alguns economistas, Marcela Prada, da Tendências, não acredita que o setor no Brasil esteja passando por processo de desindustrialização, por causa da entrada massiva de importados no mercado.
Para Rebeca Palis, gerente de Contas Nacionais do IBGE, é preciso período mais longo para avaliar a influência negativa do setor externo no PIB sobre a indústria.

Agropecuária
Após um ano ruim em 2005 (0,8%), o PIB da agropecuária se recuperou em 2006 e cresceu 3,2%. Foi a maior alta entre os setores, embora seu peso na economia seja pequeno (10%).
Em 2006, as melhores condições climáticas e de preços puxaram para cima as safras de café, milho, feijão, laranja e cana, segundo o IBGE. Os destaques negativos ficaram com as lavouras de trigo, algodão, arroz e tomate. "Em 2005 o setor foi afetado pelos focos de febre aftosa e pela quebra de safra", disse Rebeca Palis.


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