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Indústria de transformação cresce só 1,9%
DO ENVIADO ESPECIAL AO RIO
A indústria de transformação (produtora de bens de
consumo) puxou para baixo
o PIB de 2,9% de 2006. Seu
crescimento foi de só 1,9% no
ano -desempenho atribuído
principalmente à concorrência com importados, que
substituíram a produção local entrando no país na esteira do dólar barato.
No último trimestre, porém, a indústria de transformação reagiu e cresceu 3,4%
na comparação com igual período de 2005, o que pode indicar melhores resultados
em 2007. Ana Maria Castelo,
da GV Consult, afirma que,
apesar do resultado fraco na
média de 2006, a aceleração
da produção industrial no final do ano acabou ajudando
no resultado do PIB em 2006
-que ela considera "bom".
A indústria como um todo
cresceu 3% em 2006, favorecida pelo desempenho das
áreas de construção civil e
extrativo-mineral. No último trimestre, o crescimento
foi ainda maior: 3,7% na
comparação com 2005.
No ano passado, a construção civil teve variação positiva de 4,5% (1,3% em 2005). A
área de extração mineral
(onde petróleo e ferro representam 80%) cresceu 5,6%
(10,9% em 2005).
Apesar de pouca perspectiva para mudanças no atual
patamar do câmbio, a consultoria Tendências projeta
um ano bem melhor para a
indústria em 2007. A expectativa é que o crescimento do
setor passe dos 3% em 2006
para 4% neste ano. No caso
da indústria de transformação, a projeção é de alta 3,5%.
Ao contrário de alguns
economistas, Marcela Prada,
da Tendências, não acredita
que o setor no Brasil esteja
passando por processo de
desindustrialização, por causa da entrada massiva de importados no mercado.
Para Rebeca Palis, gerente
de Contas Nacionais do IBGE, é preciso período mais
longo para avaliar a influência negativa do setor externo
no PIB sobre a indústria.
Agropecuária
Após um ano ruim em
2005 (0,8%), o PIB da agropecuária se recuperou em
2006 e cresceu 3,2%. Foi a
maior alta entre os setores,
embora seu peso na economia seja pequeno (10%).
Em 2006, as melhores
condições climáticas e de
preços puxaram para cima as
safras de café, milho, feijão,
laranja e cana, segundo o IBGE. Os destaques negativos
ficaram com as lavouras de
trigo, algodão, arroz e tomate. "Em 2005 o setor foi afetado pelos focos de febre aftosa e pela quebra de safra",
disse Rebeca Palis.
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