São Paulo, quinta-feira, 01 de março de 2007

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Dólar barato, juro menor e incentivo à construção civil elevaram investimento

DO ENVIADO ESPECIAL AO RIO
DA SUCURSAL DO RIO

Juros menores, dólar mais barato e medidas de estímulo à construção civil impulsionaram o crescimento de 6,3% do investimento em 2006 -ante 1,6% em 2005. O incremento é resultado tanto da expansão da produção e importação maiores de máquinas e equipamentos quanto do bom desempenho da construção civil, que representa 60% dos investimentos e cresceu 4,7% em 2006.
A alta dos investimentos é vista como positiva por especialistas porque amplia a base produtiva do país e o crescimento potencial nos próximos anos. Com o resultado de 2006, a consultoria LCA estima que a taxa de investimento será de 20,5%, a maior desde 1995 -para sustentar crescimento econômico de 5%, o índice deve ficar na casa dos 23%.
No quarto trimestre, os investimentos subiram 2% em relação ao terceiro trimestre, quando o ritmo de expansão havia sido maior (2,8%).
Segundo Rebeca Palis, gerente de Contas Nacionais do IBGE, o fato de a taxa Selic ter caído de cerca de 19,1% em 2005 para 15,3% em 2006 estimula os investimentos do setor privado. "Mais do que a redução real do juro, a perspectiva de que a taxa continuará em queda traz ambiente de confiança para o investimento e previsibilidade para o empresário. Redução de incertezas é muito positivo para o investimento", disse Paulo Levy, diretor de Estudos Macroeconômicos do Ipea.
Palis, do IBGE, ressalta ainda outro efeito para a expansão do investimento: as eleições, que alavancaram a construção civil. "Claro que as eleições podem ter influência. O gasto do governo influencia especialmente a área de construção civil", disse. Para Levy, a ampliação de crédito à habitação também beneficiou o setor.
Quanto ao incremento de máquinas e equipamentos, especialistas dizem que a expansão se deve ao câmbio, que barateou as importações de bens de capital. "O empresário aproveita que a taxa de câmbio está favorável e investe para sofisticar o parque produtivo", disse Joel Bogdanski, economista do banco Itaú. Para Giovanna Rocca, do Unibanco, o bom desempenho do investimento foi o dado mais relevante do PIB. "Com a tendência de crescimento dos investimentos nos últimos três anos, o país pode crescer a taxas mais altas em 2007 e 2008 sem pressionar a demanda, já que está ampliando a capacidade de produção."


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