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Dólar barato, juro menor e incentivo à construção civil elevaram investimento
DO ENVIADO ESPECIAL AO RIO
DA SUCURSAL DO RIO
Juros menores, dólar mais
barato e medidas de estímulo à
construção civil impulsionaram o crescimento de 6,3% do
investimento em 2006 -ante
1,6% em 2005. O incremento é
resultado tanto da expansão da
produção e importação maiores de máquinas e equipamentos quanto do bom desempenho da construção civil, que representa 60% dos investimentos e cresceu 4,7% em 2006.
A alta dos investimentos é
vista como positiva por especialistas porque amplia a base
produtiva do país e o crescimento potencial nos próximos
anos. Com o resultado de 2006,
a consultoria LCA estima que a
taxa de investimento será de
20,5%, a maior desde 1995
-para sustentar crescimento
econômico de 5%, o índice deve
ficar na casa dos 23%.
No quarto trimestre, os investimentos subiram 2% em
relação ao terceiro trimestre,
quando o ritmo de expansão
havia sido maior (2,8%).
Segundo Rebeca Palis, gerente de Contas Nacionais do IBGE, o fato de a taxa Selic ter caído de cerca de 19,1% em 2005
para 15,3% em 2006 estimula
os investimentos do setor privado. "Mais do que a redução
real do juro, a perspectiva de
que a taxa continuará em queda
traz ambiente de confiança para o investimento e previsibilidade para o empresário. Redução de incertezas é muito positivo para o investimento", disse
Paulo Levy, diretor de Estudos
Macroeconômicos do Ipea.
Palis, do IBGE, ressalta ainda
outro efeito para a expansão do
investimento: as eleições, que
alavancaram a construção civil.
"Claro que as eleições podem
ter influência. O gasto do governo influencia especialmente a área de construção civil",
disse. Para Levy, a ampliação de
crédito à habitação também beneficiou o setor.
Quanto ao incremento de
máquinas e equipamentos, especialistas dizem que a expansão se deve ao câmbio, que barateou as importações de bens
de capital. "O empresário aproveita que a taxa de câmbio está
favorável e investe para sofisticar o parque produtivo", disse
Joel Bogdanski, economista do
banco Itaú. Para Giovanna
Rocca, do Unibanco, o bom desempenho do investimento foi
o dado mais relevante do PIB.
"Com a tendência de crescimento dos investimentos nos
últimos três anos, o país pode
crescer a taxas mais altas em
2007 e 2008 sem pressionar a
demanda, já que está ampliando a capacidade de produção."
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