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Economistas vêem resultado "decepcionante"
JANAÍNA LEITE
MARCELO BILLI
DA REPORTAGEM LOCAL
O diretor da Goldman
Sachs para América Latina,
Paulo Leme, afirmou ontem
que a expansão de 2,9% do
PIB registrada no ano passado "é um resultado decepcionante em relação à conjuntura externa e ao potencial
do país, especialmente diante da melhora do balanço de
pagamentos e do controle da
inflação".
Para ele, o governo Lula
contou com o cenário externo a seu favor. Também
acertou ao manter o tripé da
política econômica: metas de
inflação, câmbio flutuante e
responsabilidade fiscal.
"Durante a gestão Palocci
houve medidas importantes
para a recuperação de crédito e do consumo", disse.
Quanto aos erros, Leme
apontou a falta de conclusão
do ajuste fiscal. "Isso permitiu o aumento da estrutura
dos gastos sociais, que são financiados com a tributação.
A economia não pode ficar
impassível diante disso."
Na opinião de Leme, para
que a economia deslanche, é
preciso combinar uma série
de alterações tributárias, incrementar o comércio internacional, priorizar a qualidade do ensino (principalmente o secundário), apostar na
desburocratização e adotar
marcos regulatórios claros.
O presidente do Instituto
Brasileiro de Economia
(Ibre) da Fundação Getulio
Vargas (FGV), Luiz Schymura, ponderou que o país não
se afastou muito da taxa de
crescimento médio que vem
obtendo nos últimos 20
anos, cerca de 2,4% ao ano.
O que frustra, lembrou
Schymura, é a comparação
com outros países. "Leste
Europeu e Europa Central
cresceram 5,4% ao ano, em
média; os países em desenvolvimento da Ásia cresceram em média 6,3% anuais, e
os países da América do Sul,
Central e Caribe, exclusive
Brasil, cresceram 4,4% ao
ano", completou.
O economista Samuel Pessoa, também da Fundação
Getulio Vargas, classificou o
PIB de 2006 como "medíocre". Mas fez uma ressalva:
"Não avalio que o crescimento medíocre foi conseqüência de erros de política,
mas fruto do contrato social
vigente", afirmou.
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