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Bolsa renova aposta em fundo de índice
Febre nos EUA e na Europa, os fundos negociados como ação ainda engatinham no país e giram só 0,4% dos negócios
Para investidor, vantagens são custos inferiores aos dos fundos dos bancos de varejo e facilidade para diversificar aposta em várias aplicações
TONI SCIARRETTA
DA REPORTAGEM LOCAL
A Bolsa de Valores de São
Paulo lançou mais três fundos
de investimento negociados diretamente no pregão eletrônico como uma ação. Com custo
baixo de transação, esses novos
fundos espelham a composição
de dois índices de setores estratégicos da Bolsa -consumo e
imobiliário- e mais o IBrX,
termômetro das cem ações
mais negociadas no país. O fundo mais popular é o Bova11, que
replica o Ibovespa.
A novidade chegou atrasada e
ainda engatinha no Brasil, mas
é uma febre nos EUA e na Europa entre os investidores pessoa
física. Esses fundos chegam a
representar mais de 30% dos
negócios na Bolsa de Nova
York; no Brasil, está em 0,4%.
A maior vantagem é o custo.
Como a gestão é feita por supercomputadores, que são previamente programados para
seguir passivamente o desempenho de um índice setorial da
Bolsa, as taxas de administração são inferiores às cobradas
pelos fundos dos bancos.
No Brasil, esses fundos têm
taxa de administração de
0,54% (Ibovespa, IBrX e empresas médias/grandes) a
0,69% (consumo, imobiliário e
pequenas) -os bancos cobram
até 4% de taxa de fundos semelhantes. Nos EUA, as taxas médias estão em 0,15% e 0,16%.
Conhecidos pela sigla ETF
("exchanged traded fund", ou
fundo negociado em Bolsa), esses fundos fazem parte da nova
leva de produtos que têm revolucionado o mercado global de
ações, juntamente com as transações de alta frequência dos
supercomputadores que identificam possibilidades de ganho
certo na terceira casa decimal.
Por meio dos ETFs, pequenos investidores dos EUA e da
Europa têm acesso, do terminal
do computador de casa, a aplicações em ações de diferentes
países, títulos de dívida pública
e privada, moedas e commodities diversas como prata, ouro e
alimentos. No mundo, há mais
de 6.000 ETFs diferentes.
Brasil para estrangeiro
O ETF "brasileiro" mais popular no mundo é o MSCI Brazil, que não está aberto para o
investidor brasileiro, mas que
rendeu 113,2% em 2009 para o
investidor americano. O fundo
replica o índice de ações emergentes do Morgan Stanley.
Negociado desde 2005 na
Bolsa de Nova York, o MSCI
Brazil se tornou tão popular
que chega a girar em um dia
US$ 1,77 bilhão -metade do
volume diário da Bovespa.
No Brasil, ainda falta a CVM
(Comissão de Valores Mobiliários) regulamentar a criação de
ETFs para fundos de renda fixa, commodities, moedas e índices de Bolsas estrangeiras, o
que permitiria ao brasileiro
buscar oportunidades de ganho
no exterior. A popularização
dos ETFs sofre resistência dos
bancos e da indústria de fundos, que teme perder mercado.
Além do ganho com as transações, a Bolsa também licencia o uso de seus índices nos
ETFs. Segundo Julio Ziegelmann, diretor de produtos da
BM&F Bovespa, os fundos
ETFs deverão cair também no
gosto do investidor pessoa física no país. "É um produto muito bom para o pequeno investidor. A gente imagina que o que
aconteceu lá fora com o ETF vá
acontecer aqui também."
Para Fabio Colombo, administrador de investimentos, o
único inconveniente dos ETFs
negociados na Bovespa é a diferença ainda alta entre as cotações de compra e de venda dos
fundos, como acontece no dólar paralelo. "Como a liquidez é
ainda baixa, esse "spread" é alto
se comparado com o de outras
ações. Só agora é que começa a
baixar o "spread" do Bova11 -o
ETF do Ibovespa", disse.
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