São Paulo, domingo, 01 de abril de 2001

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

OUTRO LADO
Três negam débito; outras "desaparecem"

DA AGÊNCIA FOLHA

O diretor financeiro da Cesp (Companhia Energética de São Paulo), Júlio Lapa, disse que a empresa não deve R$ 943 milhões para a União. Segundo ele, existe uma dívida de R$ 270 milhões com o INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) que já foi parcelada pelo Refis (Programa de Recuperação Fiscal).
Lapa explicou que a empresa tinha uma outra dívida mais antiga porque contestava o pagamento de contribuições sociais na Justiça. "Nós acertamos isso em 99."
O diretor informou, porém, que a dívida ainda pode estar sendo considerada em atraso por falta de um procedimento de "baixa". Ou seja, a empresa ainda não teria formalizado a sua situação regular perante os órgãos públicos.
O liquidante do banco Econômico, Flávio Cunha, não respondeu aos telefonemas da Folha na semana passada.
Carlos Albuquerque, um dos proprietários da indústria de confecções Maria Graciete Cordeiro Cia. Ltda., de Recife, nega que a empresa tenha uma dívida de R$ 1,493 bilhão com a União.
""Esse número só pode ser um equívoco do processo. Nossa dívida é bem menor, mas não posso precisar a quantia", afirmou.
Já a GKW Fredenhagen Equipamentos Industriais S.A., de São Bernardo do Campo, também sustenta que os valores observados na lista da dívida -que indicam débitos de R$ 844 milhões- estão incorretos.
""É absurdo, inverídico. Não tenho os números exatos na cabeça, mas nossa dívida era de uns R$ 3 milhões", disse Guilherme Murbach, da GKW. ""Mas a empresa participou do Refis (Programa de Recuperação Fiscal). Nem somos mais devedores."
Segundo Murbach, o faturamento anual da empresa é de R$ 10 milhões. ""Nem teríamos como gerar uma dívida de impostos desse tamanho."
No caso da Engesa Engenheiros Especializados S.A., não foi possível localizar algum gerente da massa falida da empresa, que fechou seu registro no Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura de São Paulo em 1992.
Já a Proconsult Ltda., citada na lista, não tem registro conhecido.
Os telefones da Scarpa Plásticos Ltda., empresa que estaria fechada, estão cortados.
A Folha deixou recado no telefone de um parente do proprietário da empresa, mas não obteve resposta. Seu advogado também não foi localizado.
Outro devedor, o Supermercado Márcia, não tem registro conhecido na Abras (Associação Brasileira de Supermercados) e na Amis (Associação Mineira de Supermercados).
No caso da empresa CGK Engenharia e Empreendimentos Ltda., nenhum contato foi conseguido por telefone. Já os telefones da Indústria e Comércio de Molas Ltda., em Recife, estão programados para não receber chamadas.


Colaborou a Sucursal de Brasília



Texto Anterior: Calote bilionário: Dez empresas devem R$ 15 bi para a União
Próximo Texto: Finanças: Investimentos estrangeiros voltam a crescer no país
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.