São Paulo, domingo, 01 de abril de 2001

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Diretor do BC rebate críticas de Franco DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O diretor de Assuntos Internacionais do Banco Central, Daniel Gleizer, rebateu críticas feitas pelo economista Gustavo Franco, para quem faltou pulso na política de juros para combater a crise no mercado de câmbio.
"Ele está acostumado com o regime em que trabalhava, em que uma alta desse tamanho não seria suficiente", disse Gleizer.
Gleizer se referiu ao regime de câmbio quase fixo que vigorou até os primeiros dias de 1999, quando Franco ainda ocupava a presidência do BC. Naqueles tempos, Franco elevou duas vezes os juros para mais de 40%.
O ex-presidente do BC foi um dos críticos mais ácidos da alta de apenas 0,5 ponto percentual nos juros, que subiram de 15,25% para 15,75% anuais este mês. Para ele, o BC tem de ser firme nesses momentos -e não pode apenas emitir sinais ao mercado.
Em entrevista à Folha, Franco foi especialmente irônico ao citar uma frase dita por Ilan Goldfajn quando ele ainda não era diretor de Política Econômica do BC: o câmbio flutuante só é bom até começar a flutuar.
"O câmbio flutuante tem se mostrado bom justamente porque flutua", disse Gleizer. Segundo ele, foi graças a isso que a alta de juros foi menor, pois parte do choque externo na economia foi absorvida pela alta da cotação do dólar. Ele argumenta que essa não é a primeira vez que o câmbio sobe -e que, em 2000, o dólar mostrou que, assim como sobe, pode cair. A partir de agora o ajuste na taxa de juros tende a ser menor.


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