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Taxa de investimentos
encolheu em 2003
DA SUCURSAL DO RIO
Em 2003, a taxa de investimentos produtivos na economia ficou
em 18% do PIB (Produto Interno
Bruto), segundo dados do IBGE
(Instituto Brasileiro de Geografia
e Estatística). Foi a menor registrada desde 1991, quando o instituto passou a divulgar as Contas
Nacionais com um maior nível de
detalhamento.
O percentual considera o que o
IBGE classifica como formação
bruta de capital fixo, ou seja, os investimentos em expansão de capacidade de produção e aquisição
de máquinas e equipamentos. Em
2002, a taxa havia sido de 18,3%.
Existe, porém, um conceito
mais amplo de medir os investimentos, que inclui a variação de
estoques. Por essa metodologia, a
taxa de investimentos teve um pequeno crescimento de 2002 para
2003: de 19,8% do PIB para 20,1%.
De acordo com Mário Mesquita, economista-chefe do banco
ABN Amro, o ideal para garantir
o crescimento sustentado da economia nos próximos anos é que a
taxa de investimento, considerando apenas a formação bruta de capital fixo, seja de 22% a 25%. O Iedi (Instituto de Estudos para o
Desenvolvimento Industrial) informa que em outros países emergentes a taxa chega a 30%.
"É esse baixo nível de investimento que determina o baixo potencial de crescimento da economia brasileira no longo prazo",
sustenta o Iedi em relatório.
Ainda segundo o IBGE, a taxa
de poupança subiu de 18,5% em
2002 do PIB para 20,7% em 2003.
Segundo Francisco Pessoa, economista da consultoria LCA, o
aumento da poupança ocorreu
em conseqüência da melhora das
condições de financiamento externo do país.
Pela primeira vez desde 1992, o
Brasil teve capacidade de financiamento, ou seja: o país gerou
mais recursos para fechar suas
contas do que precisou buscá-los
no exterior. A capacidade de financiamento foi de R$ 11,7 bilhões. Em 2002, houve uma necessidade de financiamento de R$
15,4 bilhões, segundo o IBGE.
O IBGE informou que o principal motivo para o país ter registrado capacidade de financiamento
foi o crescimento do saldo externo de bens e serviços, que ficou
em R$ 56,6 bilhões.
De acordo com o IBGE, o cenário externo também melhor
-com queda do risco-país e aumento de liquidez para papéis de
países emergentes- possibilitou
captações líquidas no exterior em
bônus e títulos no valor de R$ 4,1
bilhões. Em 2002, em razão da crise cambial provocada pelas eleições, houve um resgate (pagamento) líquido desses papéis de
R$ 26,4 bilhões.
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