São Paulo, quinta-feira, 01 de abril de 2004

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Taxa de investimentos encolheu em 2003

DA SUCURSAL DO RIO

Em 2003, a taxa de investimentos produtivos na economia ficou em 18% do PIB (Produto Interno Bruto), segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Foi a menor registrada desde 1991, quando o instituto passou a divulgar as Contas Nacionais com um maior nível de detalhamento.
O percentual considera o que o IBGE classifica como formação bruta de capital fixo, ou seja, os investimentos em expansão de capacidade de produção e aquisição de máquinas e equipamentos. Em 2002, a taxa havia sido de 18,3%.
Existe, porém, um conceito mais amplo de medir os investimentos, que inclui a variação de estoques. Por essa metodologia, a taxa de investimentos teve um pequeno crescimento de 2002 para 2003: de 19,8% do PIB para 20,1%.
De acordo com Mário Mesquita, economista-chefe do banco ABN Amro, o ideal para garantir o crescimento sustentado da economia nos próximos anos é que a taxa de investimento, considerando apenas a formação bruta de capital fixo, seja de 22% a 25%. O Iedi (Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial) informa que em outros países emergentes a taxa chega a 30%.
"É esse baixo nível de investimento que determina o baixo potencial de crescimento da economia brasileira no longo prazo", sustenta o Iedi em relatório.
Ainda segundo o IBGE, a taxa de poupança subiu de 18,5% em 2002 do PIB para 20,7% em 2003.
Segundo Francisco Pessoa, economista da consultoria LCA, o aumento da poupança ocorreu em conseqüência da melhora das condições de financiamento externo do país.
Pela primeira vez desde 1992, o Brasil teve capacidade de financiamento, ou seja: o país gerou mais recursos para fechar suas contas do que precisou buscá-los no exterior. A capacidade de financiamento foi de R$ 11,7 bilhões. Em 2002, houve uma necessidade de financiamento de R$ 15,4 bilhões, segundo o IBGE.
O IBGE informou que o principal motivo para o país ter registrado capacidade de financiamento foi o crescimento do saldo externo de bens e serviços, que ficou em R$ 56,6 bilhões.
De acordo com o IBGE, o cenário externo também melhor -com queda do risco-país e aumento de liquidez para papéis de países emergentes- possibilitou captações líquidas no exterior em bônus e títulos no valor de R$ 4,1 bilhões. Em 2002, em razão da crise cambial provocada pelas eleições, houve um resgate (pagamento) líquido desses papéis de R$ 26,4 bilhões.


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