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Summers elogia política econômica
ÉRICA FRAGA
DA REPORTAGEM LOCAL
O economista Lawrence Summers, presidente da Universidade
Harvard e ex-secretário do Tesouro norte-americano, fez críticas à política de comércio exterior
do Brasil e mandou recado à administração petista, ao dizer que
espera que o país não abandone o
rigor das políticas macroeconômicas praticadas atualmente.
Para Summers, a estratégia do
país em relação ao comércio internacional deveria ser menos defensiva e mais voltada à redução
de barreiras protecionistas. De
acordo com o economista, o fato
de a economia brasileira ainda ser
relativamente fechada é a principal explicação para o seu desempenho pouco satisfatório.
"Não posso deixar de me perguntar se as políticas de comércio
externo do país não deveriam colocar mais ênfase no que o Brasil
pode fazer por si mesmo ao reduzir as barreiras comerciais, ainda
que o país, muito apropriadamente, enfatize os pecados protecionistas de outros países", disse,
em evento da Fundação Getúlio
Vargas, em São Paulo.
O economista ressaltou o fato
de que, atualmente, a participação do Brasil no comércio mundial é menos da metade que a do
Chile e afirmou que uma maior
abertura da economia ajudaria o
país a voltar a crescer de forma
sustentada nos próximos anos.
As críticas ao Brasil foram estendidas a outros países -inclusive os Estados Unidos- que
têm, segundo ele, se preocupado
em exportar o máximo possível e
importar o mínimo possível.
Recado
Se por um lado criticou a orientação brasileira no comércio externo, por outro Summers elogiou as políticas macroeconômicas adotadas pelo país, como as
metas de inflação e o comprometimento com o ajuste fiscal.
Segundo ele, as autoridades brasileiras têm motivos para comemorar a conquista do crescimento da confiança dos mercados globais nos últimos 15 meses.
No entanto, Summers fez uma
ressalva ao afirmar que espera
"que os responsáveis pela formulação das políticas do país e a população não se tornem complacentes e achem que o trabalho já
está feito". "Espero que o foco das
políticas continue disciplinado."
Para Summers, o abandono do
regime de metas de inflação, por
exemplo, poderia significar a volta do descontrole inflacionário.
Em relação à política fiscal e à
necessidade de redução da dívida
pública, ele afirmou não acreditar
que haja "uma estratégia alternativa a trabalhar junto com o FMI".
Sobre a economia norte-americana, disse ter esperanças que o
governo tome passos para aumentar a poupança externa e reduzir o déficit orçamentário.
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