|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
RETOMADA?
Após alta de 1,75% em janeiro, atividade do setor paulista registrou queda de 0,3% no mês passado
Produção da indústria volta a recuar
JOSÉ ALAN DIAS
DA REPORTAGEM LOCAL
A fraca demanda interna continua a ditar o ritmo da indústria.
Depois de apresentar melhora em
janeiro, a atividade industrial de
São Paulo voltou a cair em fevereiro. A produção no mês passado
recuou 0,3% em relação a janeiro,
segundo a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo.
Em janeiro, a atividade na indústria paulista se expandiu em
1,75% -em dezembro, o recuo
da produção fora de 9,13%. Se
confrontado o resultado de fevereiro com o de igual mês em 2003,
o nível de atividade sobe 3,1%,
mas a própria Fiesp diz que a
comparação é distorcida porque
o primeiro semestre de 2003, excetuados alguns poucos setores,
teve como marca a estagnação.
Os resultados de fevereiro reafirmam uma tendência da indústria nos últimos meses: os setores
vinculados à exportação seguem
apresentando resultados positivos. Aqueles que dependem em
grande parte do mercado interno
(logo, de renda dos consumidores) passam por sobressaltos.
Dessa forma, a indústria metal-mecânica, que abriga os fabricantes de máquinas agrícolas, experimentou aumento de 13% na produção em relação a janeiro -e de
2% comparado a fevereiro de
2003. No de material elétrico e eletrônico (que inclui itens também
destinados à exportação, como
celulares), a alta foi de 1,6% comparada a janeiro -e de 9,7% sobre fevereiro do ano passado.
Na via oposta, a indústria de papel e papelão, "termômetro" da
atividade econômica, registra o
terceiro mês seguido de queda de
produção. O recuo em fevereiro
foi de 5,1%. Outro intrinsecamente ligado ao mercado interno, o
setor de alimentos também amargou o terceiro recuo: em fevereiro,
foi de 7,2% sobre janeiro.
"A indústria continua andando
de lado porque o fator dinâmico
das exportações não está sendo
apoiado pelo mercado interno.
Não poderia ser diferente quando
se constata queda em emprego e
de renda e uma política monetária que somente agora começa a
sinalizar para uma retomada de
queda dos juros", argumenta
Cláudio Vaz, diretor da Fiesp.
Em fevereiro, as vendas nominais caíram 3,1%, e as horas trabalhadas na produção, 0,8%.
Levantamento da Fiesp, divulgado no último dia 17, apontava
que a indústria no Estado havia
aberto 7.442 postos de trabalho
no mês passado. Em janeiro, foram abertas 2.123 vagas.
Vaz argumenta que não há conflitos entre o aumento de postos
de trabalho e a queda no nível total de atividade em um mesmo
mês. Segundo ele, as contratações
se devem em grande parte ao desempenho de setores exportadores (e a perspectiva de novos negócios), além de uma preparação
para a demanda de Páscoa.
O diretor da Fiesp admitiu que
os números da indústria em março tampouco devem apontar significativa melhora. Vaz menciona
haver ligeiros sinais positivos no
mercado interno para alguns setores, como na indústria automobilística e na de vestuário.
Texto Anterior: Summers elogia política econômica Próximo Texto: Frase Índice
|