|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
CONCORRÊNCIA
Cade rejeita recurso no caso Garoto
JULIANNA SOFIA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Depois de mais de três horas de
julgamento, o Cade (Conselho
Administrativo de Defesa Econômica) recusou, por unanimidade,
pedido do Ministério Público Federal para que a decisão do conselho vetando a fusão Nestlé/ Garoto fosse anulada ou esclarecida.
O conselho considerou que não
há omissão, contradição ou obscuridade na decisão, conforme
alegava o subprocurador-geral da
República Moacir Guimarães
Morais Filho em seu recurso (embargo de declaração). Após o resultado de ontem, o subprocurador-geral afirmou que agora recorrerá ao ministro da Justiça,
Márcio Thomaz Bastos, para rever a decisão de veto à fusão.
"Essa decisão já parecia um jogo
de cartas marcadas. Acho que deve ter havido um espírito corporativista porque até o presidente
[João Grandino Rodas] votou
com os demais", declarou Morais
Filho. Ele adiantou que deverá esperar o julgamento do recurso
apresentado pela Nestlé ao Cade,
pedindo a reapreciação do caso,
para recorrer ao ministro.
Na sessão do conselho ontem, o
clima chegou a ficar tenso por discordâncias quanto à forma processual de conduzir o julgamento.
O conselheiro Luiz Alberto Scaloppe chegou a se exaltar com o
presidente da autarquia. "Se o senhor não enrolar, poderemos votar", disse Scaloppe a Grandino,
mudando o tom de voz.
Morais Filho também se irritou
várias vezes e atacou a procuradora-geral do Cade, Maria Paula Dallari. "A senhora está fazendo
uma balbúrdia processual".
Por meio de sua assessoria,
Grandino afirmou que a afirmação de Scaloppe "visava justamente tornar mais célere" o julgamento. Sobre os ataques de Morais Filho, Maria Paula disse que
não refletiam seu desempenho à
frente da Procuradoria do Cade.
Texto Anterior: Commodities: CSN reajustará aço em 8% na próxima semana Próximo Texto: Petróleo: Opep confirma corte na produção mundial Índice
|