DA REPORTAGEM LOCAL

Após quase dois meses sob intervenção judicial, a Parmalat Alimentos no Brasil voltou ao controle da matriz italiana. Questões como o plano de reestruturação e eventuais remessas de dinheiro ao exterior, no entanto, ainda terão que ter aprovação da Justiça.
Na manhã de ontem, uma assembléia extraordinária elegeu o novo conselho da empresa, presidido por Nelson Bastos, da consultoria Íntegra, contratada pela Parmalat Itália para acompanhar a reestruturação no Brasil.
"Nas próximas semanas, os conselheiros escolherão a nova diretoria e presidência executiva da Parmalat Alimentos. Essa nova diretoria e o conselho trabalharão em um plano para reestruturar a empresa", declarou Bastos.
Segundo ele, o Brasil não foi incluído na lista dos países que farão parte da reestruturação mundial da Parmalat porque a matriz não estava no controle até ontem.
"Existe uma pressão para que haja um "afinamento" com os objetivos da Parmalat Itália, mas precisamos ver se eles vão poder ser aplicados no Brasil", disse. Ele não confirmou se haverá venda de ativos da empresa.
A eleição do novo conselho foi resultado de um acordo entre o juiz Carlos Henrique Abrão, da 42ª Vara Cível de São Paulo, que determinara a intervenção, a administração judicial e a Íntegra.
Um dos sócios da consultoria, Oscar Bernardes, é amigo de longa data do interventor da Parmalat na Itália, Enrico Bondi.
O interventor Keyler de Carvalho Rocha, que vinha exercendo a função de presidente da Parmalat Alimentos, foi afastado da empresa operacional e vai representar a Parmalat Participações.
A Pricewaterhouse Coopers vai auditar as contas da Parmalat do Brasil dos últimos cinco anos, afirmou Bastos. (MAELI PRADO)


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