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EMPRESAS
Com real valorizado e lucratividade maior, Petrobras vai da 88ª posição para a 51ª, e BB sobe 80 posições na lista
Brasileiras sobem em ranking da "Forbes"
IURI DANTAS
DE WASHINGTON
A revista americana "Forbes"
listou 19 empresas brasileiras na
lista das 2.000 maiores companhias abertas do mundo, com a
Petrobras em melhor colocação,
na 51ª posição geral (estava na 88ª
em 2004), seguida do Banco do
Brasil, em 176º (era a 256ª), o Bradesco na 187ª e a Vale do Rio Doce, em 305º.
O líder do ranking é o Citigroup,
seguido por General Electric,
Bank of America, American International Group (todos dos
EUA) e o banco HSBC (britânico).
De acordo com a publicação, os
critérios de avaliação das empresas une o volume de vendas, ativos, lucratividade e valor de mercado, pois uma análise de cada
um deles distorceria a composição final, dada a dinâmica das
companhias de hoje. Um dos
exemplos é a Google, que não
possui vendas em valor tão significativo quanto a rede Wal-Mart,
mas um enorme valor de mercado e lucratividade, por exemplo.
De acordo com a "Forbes", as
2.000 maiores tiveram, em conjunto, aumento de 10% nas vendas, 32% na lucratividade, 10%
nos ativos e 17% em suas avaliações de mercado. Ao todo, elas
possuem vendas na casa dos US$
24 trilhões, lucros de US$ 1,7 trilhão, ativos de US$ 88 trilhões, valor de mercado de US$ 31 trilhões,
68 milhões de empregados e estão
localizadas em 55 países.
As outras empresas brasileiras
que aparecem no ranking da
"Forbes" são a Itaúsa (em 375º lugar geral), o grupo Unibanco
(388º), a Eletrobrás (504º), as siderúrgicas Usiminas (844º) e CSN
(857º). Ainda: a Tele Norte Leste
(876º), a Gerdau (1.021º), a Embraer (1.067º), a Cemig (1.124º), a
Braskem (1.418º), a Brasil Telecom (1.607º), a Aracruz Celulose
(1.623º), o grupo Pão de Açúcar
(1.690º), a Ipiranga (1.743º) e a
CPFL (1.858º).
Entre os destaques da revista estão as companhias sediadas em
importantes mercados emergentes da Ásia, como Índia e China,
de onde aparecem 33 e 50 empresas, respectivamente, incluindo
entre as chinesas as localizadas
em Hong Kong.
Lucratividade
A brasileira Petrobras fica melhor colocada quando se leva em
consideração apenas a lucratividade das companhias na lista, na
19ª colocação. O aumento dos
preços do petróleo no mercado
internacional também impulsionaram outras petrolíferas, o grupo de maior lucro entre os setores
pesquisados pela "Forbes", com
US$ 2,74 trilhões.
Outro fator importante na movimentação de companhias da lista foi a desvalorização da moeda
norte-americana, responsável pela entrada de empresas internacionais na lista. Neste ano houve
173 novas companhias na relação.
Como o real foi a moeda que mais
se valorizou frente ao dólar no
ano passado, seria natural avaliar
que isso auxiliou o posicionamento de companhias brasileiras.
Indagada sobre isso, a "Forbes"
não se manifestou até a conclusão
desta edição.
Outras gigantes mundiais, como a Petroleos de Mexico e a
PDVSA (Petroleo de Venezuela
S.A.) não entraram na lista, algo
que também não foi esclarecido
pelo editor responsável pelo levantamento.
"Outsorcing"
O Brasil também é citado pela
revista como um dos alvos de
"outsorcing" para grandes empresas norte-americanas. Em resumo, a operação consiste em
transferir para outro país parte de
sua linha de produção, desenhando computadores na Califórnia e
montando os equipamentos em
Xangai, por exemplo.
Os atrativos são, em geral, menor custo do trabalho e impostos,
além de evitar a possibilidade de
processos milionários na Justiça
norte-americana. A Índia e a China vinham sendo beneficiadas
por terem grande infra-estrutura
de cabos óticos ligando os países
aos EUA e à Europa, instalados
durante o boom da internet nos
anos 1990.
Agora, novas empresas se mostram inclinadas a instalar o mesmo sistema em países latino-americanos, como Brasil e Chile.
Um dos maiores desafios, porém, será a questão da língua. Indianos e chineses dominam o inglês em maior quantidade que no
Brasil. Muitas empresas que procuram o Brasil para "outsorcing"
não conseguem mão-de-obra suficiente para seus projetos.
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