São Paulo, sábado, 01 de abril de 2006

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EMPRESAS

Com real valorizado e lucratividade maior, Petrobras vai da 88ª posição para a 51ª, e BB sobe 80 posições na lista

Brasileiras sobem em ranking da "Forbes"

IURI DANTAS
DE WASHINGTON

A revista americana "Forbes" listou 19 empresas brasileiras na lista das 2.000 maiores companhias abertas do mundo, com a Petrobras em melhor colocação, na 51ª posição geral (estava na 88ª em 2004), seguida do Banco do Brasil, em 176º (era a 256ª), o Bradesco na 187ª e a Vale do Rio Doce, em 305º.
O líder do ranking é o Citigroup, seguido por General Electric, Bank of America, American International Group (todos dos EUA) e o banco HSBC (britânico).
De acordo com a publicação, os critérios de avaliação das empresas une o volume de vendas, ativos, lucratividade e valor de mercado, pois uma análise de cada um deles distorceria a composição final, dada a dinâmica das companhias de hoje. Um dos exemplos é a Google, que não possui vendas em valor tão significativo quanto a rede Wal-Mart, mas um enorme valor de mercado e lucratividade, por exemplo.
De acordo com a "Forbes", as 2.000 maiores tiveram, em conjunto, aumento de 10% nas vendas, 32% na lucratividade, 10% nos ativos e 17% em suas avaliações de mercado. Ao todo, elas possuem vendas na casa dos US$ 24 trilhões, lucros de US$ 1,7 trilhão, ativos de US$ 88 trilhões, valor de mercado de US$ 31 trilhões, 68 milhões de empregados e estão localizadas em 55 países.
As outras empresas brasileiras que aparecem no ranking da "Forbes" são a Itaúsa (em 375º lugar geral), o grupo Unibanco (388º), a Eletrobrás (504º), as siderúrgicas Usiminas (844º) e CSN (857º). Ainda: a Tele Norte Leste (876º), a Gerdau (1.021º), a Embraer (1.067º), a Cemig (1.124º), a Braskem (1.418º), a Brasil Telecom (1.607º), a Aracruz Celulose (1.623º), o grupo Pão de Açúcar (1.690º), a Ipiranga (1.743º) e a CPFL (1.858º).
Entre os destaques da revista estão as companhias sediadas em importantes mercados emergentes da Ásia, como Índia e China, de onde aparecem 33 e 50 empresas, respectivamente, incluindo entre as chinesas as localizadas em Hong Kong.

Lucratividade
A brasileira Petrobras fica melhor colocada quando se leva em consideração apenas a lucratividade das companhias na lista, na 19ª colocação. O aumento dos preços do petróleo no mercado internacional também impulsionaram outras petrolíferas, o grupo de maior lucro entre os setores pesquisados pela "Forbes", com US$ 2,74 trilhões.
Outro fator importante na movimentação de companhias da lista foi a desvalorização da moeda norte-americana, responsável pela entrada de empresas internacionais na lista. Neste ano houve 173 novas companhias na relação. Como o real foi a moeda que mais se valorizou frente ao dólar no ano passado, seria natural avaliar que isso auxiliou o posicionamento de companhias brasileiras. Indagada sobre isso, a "Forbes" não se manifestou até a conclusão desta edição.
Outras gigantes mundiais, como a Petroleos de Mexico e a PDVSA (Petroleo de Venezuela S.A.) não entraram na lista, algo que também não foi esclarecido pelo editor responsável pelo levantamento.

"Outsorcing"
O Brasil também é citado pela revista como um dos alvos de "outsorcing" para grandes empresas norte-americanas. Em resumo, a operação consiste em transferir para outro país parte de sua linha de produção, desenhando computadores na Califórnia e montando os equipamentos em Xangai, por exemplo.
Os atrativos são, em geral, menor custo do trabalho e impostos, além de evitar a possibilidade de processos milionários na Justiça norte-americana. A Índia e a China vinham sendo beneficiadas por terem grande infra-estrutura de cabos óticos ligando os países aos EUA e à Europa, instalados durante o boom da internet nos anos 1990.
Agora, novas empresas se mostram inclinadas a instalar o mesmo sistema em países latino-americanos, como Brasil e Chile.
Um dos maiores desafios, porém, será a questão da língua. Indianos e chineses dominam o inglês em maior quantidade que no Brasil. Muitas empresas que procuram o Brasil para "outsorcing" não conseguem mão-de-obra suficiente para seus projetos.


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