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Petrobras não vai elevar participação na Braskem
PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO
A Petrobras anunciou ontem
que não irá exercer a opção de
elevar sua participação na
Braskem, maior companhia
petroquímica do país, controlada pelo Grupo Odebrecht.
Por força de contrato assinado em 2002, a Petroquisa, braço da Petrobras no setor petroquímico, tinha direito a elevar
sua fatia na Braskem dos atuais
10% do capital ordinários (com
direito a voto no Conselho de
administração) para até 30%.
A Petrobras teria de exercer
inicialmente a opção no final
de 2005. Em acordo com a
Odebrecht fechado no final do
ano passado, o prazo foi prorrogado para ontem.
Segundo nota da Braskem,
"não foi possível encontrar um
consenso quanto aos termos e
condições que permitissem a
criação de valor para todos os
acionistas da Braskem".
O impasse ocorreu no valor
da operação e nos ativos que a
Petroquisa iria usar como pagamento para elevar sua participação na Braskem. Um deles
é a Petroquímica de Triunfo,
controlada pela Petrobras, que
enfrenta, porém, ação na Justiça do antigo controlador.
Dona do insumo básico para
a produção de petroquímicos
(a nafta, derivado do petróleo),
a Petrobras é cortejada por todos os players do setor para entrar em seu capital, o que abriria o acesso a matéria-prima
mais barata. Hoje, boa parte da
nafta é importada pelas centrais petroquímicas.
Os controladores da Braskem
sempre desejaram ter a Petrobras como sócia. A julgar pela
recusa da estatal, a opção da
Petrobras parece ser o crescimento no setor via novos projetos, como o Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro, no
qual aportará US$ 3,5 bilhões
na refinaria-petroquímica que
dará início ao novo pólo.
Apesar de não aumentar sua
fatia na Braskem, a Petrobras
diz que a "decisão não esgota a
oportunidade de projetos explorar projetos conjuntos"
com a companhia.
Em nota, o presidente da
Braskem, José Carlos Grubisich, destaca sua posição de
que a petroquímica brasileira
só será forte e competitiva se
passar por um processo de
consolidação -movimento
que não foi ratificado com a decisão de ontem da Petrobras.
Controladora das centrais de
matérias-primas dos pólos do
Sul (a Copesul, em parceria
com a Ipiranga) e do Nordeste
(Copene), a empresa produz
anualmente 5,8 milhões de toneladas de resinas termoplásticas e outros produtos químicos
e petroquímicos. A companhia
tem 13 fábricas no país.
Shell no Paraguai
A Petrobras concluiu ontem a
compra dos negócios da área
de distribuição de combustíveis da Shell no Paraguai. Foram adquiridos os postos de
combustível com lojas de conveniência em todo o território
paraguaio.
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