São Paulo, sábado, 01 de abril de 2006

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Petrobras não vai elevar participação na Braskem

PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO

A Petrobras anunciou ontem que não irá exercer a opção de elevar sua participação na Braskem, maior companhia petroquímica do país, controlada pelo Grupo Odebrecht.
Por força de contrato assinado em 2002, a Petroquisa, braço da Petrobras no setor petroquímico, tinha direito a elevar sua fatia na Braskem dos atuais 10% do capital ordinários (com direito a voto no Conselho de administração) para até 30%.
A Petrobras teria de exercer inicialmente a opção no final de 2005. Em acordo com a Odebrecht fechado no final do ano passado, o prazo foi prorrogado para ontem.
Segundo nota da Braskem, "não foi possível encontrar um consenso quanto aos termos e condições que permitissem a criação de valor para todos os acionistas da Braskem".
O impasse ocorreu no valor da operação e nos ativos que a Petroquisa iria usar como pagamento para elevar sua participação na Braskem. Um deles é a Petroquímica de Triunfo, controlada pela Petrobras, que enfrenta, porém, ação na Justiça do antigo controlador.
Dona do insumo básico para a produção de petroquímicos (a nafta, derivado do petróleo), a Petrobras é cortejada por todos os players do setor para entrar em seu capital, o que abriria o acesso a matéria-prima mais barata. Hoje, boa parte da nafta é importada pelas centrais petroquímicas.
Os controladores da Braskem sempre desejaram ter a Petrobras como sócia. A julgar pela recusa da estatal, a opção da Petrobras parece ser o crescimento no setor via novos projetos, como o Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro, no qual aportará US$ 3,5 bilhões na refinaria-petroquímica que dará início ao novo pólo.
Apesar de não aumentar sua fatia na Braskem, a Petrobras diz que a "decisão não esgota a oportunidade de projetos explorar projetos conjuntos" com a companhia.
Em nota, o presidente da Braskem, José Carlos Grubisich, destaca sua posição de que a petroquímica brasileira só será forte e competitiva se passar por um processo de consolidação -movimento que não foi ratificado com a decisão de ontem da Petrobras.
Controladora das centrais de matérias-primas dos pólos do Sul (a Copesul, em parceria com a Ipiranga) e do Nordeste (Copene), a empresa produz anualmente 5,8 milhões de toneladas de resinas termoplásticas e outros produtos químicos e petroquímicos. A companhia tem 13 fábricas no país.

Shell no Paraguai
A Petrobras concluiu ontem a compra dos negócios da área de distribuição de combustíveis da Shell no Paraguai. Foram adquiridos os postos de combustível com lojas de conveniência em todo o território paraguaio.


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