São Paulo, quarta-feira, 01 de abril de 2009

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Mercado Aberto

GUILHERME BARROS - guilherme.barros@grupofolha.com.br

Toyota vê menor impacto em nova queda de IPI

Desta vez, a redução do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) para os veículos não terá um impacto tão positivo para a Toyota como ocorreu da primeira vez em que o governo tomou a medida, em dezembro do ano passado.
Luiz Carlos Andrade Junior, vice-presidente da Toyota Mercosul, acredita que a extensão do benefício ao mercado automobilístico para os próximos três meses não deve se reverter em maior crescimento para as vendas da montadora.
No primeiro trimestre deste ano, a Toyota registrou alta de 50% na comparação com o mesmo período do ano passado, sendo que uma parcela de 20% a 30% das vendas deste trimestre pode ter sido compra antecipada, ou seja, estimulada pela redução do IPI ao produto, de acordo com Andrade Junior.
A empresa deve fechar o primeiro trimestre com 17.500 unidades comercializadas no país.
Mas, a partir de agora, a medida deve apresentar impactos mais tímidos. "O mercado consumidor está menos ansioso neste momento. Nós esperamos uma normalidade maior", afirma. Andrade Junior estima que a antecipação da compra impulsionada pela medida caia para cerca de 10% no segundo trimestre.
As vendas da montadora no Brasil nos meses de abril, maio e junho não devem subir, segundo o vice-presidente. "Para o segundo trimestre, não esperamos aumento. Nem redução, o que já é boa notícia."
No resto do mundo, o mercado não está tão favorável para a Toyota como no Brasil. A maior montadora do mundo registrou queda de 31% no quarto trimestre de 2008 nas vendas nos Estados Unidos ante o mesmo período do ano anterior. Em janeiro, o recuo foi de 34,4% e piorou em fevereiro, chegando a cair 37,3%. A última previsão de prejuízo da montadora no mundo foi de cerca de US$ 5 bilhões no período que vai de abril do ano passado até ontem.

VERDE

A Toyota vai anunciar hoje que terá uma fundação no Brasil. No mundo, a empresa já possui outras dez fundações. A entidade brasileira, a Fundação Toyota do Brasil, terá foco nas ações ambientais. Já está em andamento uma parceria com a SOS Mata Atlântica. "A Toyota concentra 90% dos seus 123 concessionários na região da mata atlântica, e isso vai permitir a criação de uma rede de parceiros para apoiar outras iniciativas da fundação", afirma Luiz Carlos Andrade Junior, vice-presidente sênior da Toyota Mercosul.

SEM DOR DE CABEÇA

O HSBC acaba de contratar dois executivos para reforçar sua estratégia no segmento de varejo. Antonio Barbosa (ex-Real) assumiu a diretoria de Crédito Imobiliário e, Marcos Almeida (ex-Credicard Citi), a de Cartões de Crédito. Mais do que buscar "market share", a meta deles no banco é fidelizar clientes. "Esses setores são portas de entrada de clientes. A nossa meta é fazer com que eles busquem todos os produtos no HSBC", diz Almeida. Para isso, estão estudando investimentos para melhorar atendimento, produtos e processos do banco. "Queremos que o cliente tenha uma boa experiência no banco", diz Barbosa.

NO PALCO
A demanda pelo seguro de eventos cresceu dez vezes nos últimos três anos, segundo o IRB-Brasil Re. Em 2008, o IRB reformulou os produtos de sua carteira de riscos diversos. O seguro de eventos passa a ter 26 modalidades de cobertura, desde cancelamento do evento até roubo de valor arrecadado na bilheteria.

MICROFONE
Os principais eventos ressegurados pelo IRB recentemente foram a turnê da Madonna na América Latina, shows dos Rolling Stones, Elton John e The Police. A carteira inclui resseguro de congressos, exposições e até de festas de casamento.

ACERTO
A TIM firmou um acordo com a Embratel para receber R$ 90 milhões referentes à remuneração de chamadas feitas pelos seus clientes com o código da operadora de longa distância. A disputa vinha se arrastando havia pelo menos quatro anos. Em troca, a Embratel ganhou o direito de reajustar os preços nas chamadas feitas pelos clientes da TIM.

MINUTO
Serão lançadas no país, no próximo dia 6, as novas raspadinhas Instantâneas com maiores prêmios, das Loterias Caixa.

LUMINÁRIA
A Bronzearte, importadora e distribuidora de luminárias, começará a fabricar peças exclusivas. Os novos produtores chegarão ao mercado com a marca Ronda, direcionados principalmente a profissionais de arquitetura e decoração.

DE MUDANÇA
A importadora de luminárias também está de mudança para uma nova sede, em Embu (SP). Com investimento de R$ 3 milhões, o local abrigará showroom e área de montagem e fabricação, além de escritório e depósito.

AO TRABALHO
A Fundação Dom Cabral inaugura amanhã, em conjunto com a Universidad Del Pacifico, uma parceria para desenvolver empresas no Peru. No Brasil, o grupo começou com 12 empresas. No Peru, já tem dez empresas.

MAIS COM MENOS
A Hay Group reunirá consultores e executivos para discutir como as organizações podem obter lucros maiores e resultados positivos em meio ao ambiente de crise, no dia 15, em evento anual organizado para clientes da consultoria. O tema será "Fazendo mais com menos". Entre os participantes, estão Arlindo Casagrande (CPFL) e Julio Fonseca (Oi).

Brasil é 59º em lista de acesso à banda larga

Os investimentos das operadoras de telefonia não estão sendo suficientes para impulsionar o acesso à internet no Brasil. É o que revela um estudo do Fórum Econômico Mundial e da The Business School of the World.
No levantamento, realizado em 134 países, o Brasil permaneceu na 59ª posição pela sexta vez consecutiva entre as nações com mais conexões de banda larga. A Cisco, líder na fabricação de equipamentos para redes de acesso à internet, patrocinou o estudo e fez um relatório exclusivo sobre o país.
Para Enrique Rueda-Sabater, diretor da Cisco e um dos responsáveis pelo relatório, a situação brasileira é preocupante. Segundo ele, entre 2005 e 2007, a porcentagem da população com acesso à internet rápida dobrou, passando de 2% para 4%. Em países com alta densidade de oferta do serviço, esse índice foi de 15% para 22%.
A explicação é que há um desequilíbrio entre as políticas governamentais e os investimentos em infraestrutura. Rueda-Sabater afirma que faltam conexões no país, embora cresçam as ofertas de produtos. O preço alto é outro empecilho, diz.
O resultado é que a defasagem entre os domicílios com máquinas conectadas à internet e desconectadas dobrou, passando de quatro para oito pontos percentuais.
As operadoras reclamam que não têm como definir um plano de negócio para levar a internet a todo país porque falta clareza na regulamentação do setor. Sem escala, o preço do acesso à banda larga fica mais alto.


com JOANA CUNHA, MARINA GAZZONI e JULIO WIZIACK


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