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Preço de casas registra queda recorde nos EUA
Mas mercado imobiliário começa a descongelar
FERNANDO CANZIAN
DE NOVA YORK
Origem e um dos principais
termômetros da atual crise financeira internacional, os preços dos imóveis nos EUA tiveram uma queda recorde de 19%
em janeiro na comparação com
igual período no ano passado.
Nas regiões mais atingidas
pelo estouro da bolha imobiliária, que alcançou seu ápice em
julho de 2006, muitas casas já
valem quase a metade do que
chegaram a custar.
Segundo corretores nas costas Oeste e Leste, embora os
preços continuem apresentando tendência de queda, o mercado começa a descongelar.
A queda nos preços, dizem,
tem atraído também um número cada vez maior de investidores interessados em pagar à vista. Muitos alegam estarem
preocupados com o futuro da
inflação nos EUA devido aos
imensos déficits que o país está
contraindo. Eles estariam procurando refugiar parte de seu
dinheiro comprando imóveis
na baixa do mercado.
"A melhora no mercado está
se dando pelo volume de negócios, e não pelo preço, que continua em queda", diz o corretor
brasileiro Valtair Souza, que
trabalha há vários anos na região de Newark, vizinha a Nova
York e um dos locais mais atingidos pelo estouro da "bolha".
Segundo o índice Standard &
Poor's Case-Shiller Home Price, que abrange 20 das maiores
regiões metropolitanas nos
EUA, em várias localidades os
preços caíram em janeiro até
6% ante dezembro.
Em Phoenix (Arizona), um
dos locais mais afetados, na
média os imóveis valem 48,5%
menos do que no pico de 2006.
Em Las Vegas (Nevada), Miami (Flórida), San Francisco e
San Diego (Califórnia), as quedas são superiores a 40%.
De todas as grandes cidades
captadas pelo índice, Dallas
(Texas) foi a que menos sofreu.
Por não ter atravessado um
boom tão forte no setor imobiliário, os preços na cidade recuaram apenas 11%.
Segundo Bill Halatsis, corretor da Prudential, na Califórnia, os preços ainda devem demorar um pouco a subir.
"Como a "bolha" imobiliária
explodiu primeiro aqui [cerca
de um ano antes do resto do
país], a recuperação na Califórnia me parece um pouco mais
adiantada", afirma Halatsis.
O mercado imobiliário nos
EUA é fundamental para tirar o
país e o mundo da crise. Os
imóveis estão, em última instância, por trás de milhões de
papéis que se transformaram
nos ativos "tóxicos" que hoje
entopem as carteiras dos bancos, travando o fornecimento
de crédito para várias áreas.
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