São Paulo, quarta-feira, 01 de abril de 2009

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Bolsa sobe 7,2% e tem melhor mês desde abril de 2008

FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

Com valorização de 7,18%, a Bovespa registrou seu melhor mês desde abril do ano passado. No primeiro trimestre de 2009, a Bolsa também foi destaque, após alcançar alta de 8,99%.
A rentabilidade oferecida pelas aplicações menos arriscadas, que pagam juros, foi bem mais modesta no período. Os CDBs, que se destacaram nos últimos meses de 2008, deram retorno médio de 0,96% em março e de 2,80% no ano.
Para os fundos DI, que são os que acompanham mais de perto a oscilação da taxa básica Selic, que está em processo de redução, os próximos meses devem ser de retornos mais fracos. Em março, esses fundos pagaram, na média, 0,97%.
A poupança ainda aparece na lanterna das aplicações, com retorno de 0,65% no mês e de 1,89% no trimestre. Todavia, com a queda da taxa Selic (e descontados IR e taxa de administração), teme-se que a poupança se torne, em breve, mais atraente que muitos fundos.
A taxa Selic -referência para os juros praticados no mercado- foi reduzida pelo Banco Central de 12,75% para 11,25% em sua reunião do mês passado. Até o fim do ano, o mercado projeta que a taxa esteja a 9,25%. Se a expectativa se confirmar, a rentabilidade do DI vai, inevitavelmente, encolher.
"A recuperação da Bolsa em março deve ser encarada com cautela. A volatilidade vai seguir no mercado por um bom tempo ainda. Por isso, não dá para afirmar que o mercado de ações não vai voltar a enfrentar períodos de quedas", diz Newton Rosa, economista-chefe da Sul América Investimentos.
A recuperação do mercado de ações não se restringiu ao Brasil. Em Wall Street, o índice Dow Jones acumulou valorização de 7,73% em março. O índice S&P subiu 8,5%, em seu melhor mês desde 2002.
Ontem, o índice Ibovespa (a principal referência da Bolsa) encerrou as operações com alta moderada de 0,67%. A queda das ações da Petrobras no fim do dia, as quais não resistiram à depreciação do petróleo, afastou a Bovespa de seu pico no pregão -o Ibovespa chegou a subir 2,35% ontem.
A ação ON da Petrobras, que forma os fundos criados com recursos do FGTS dos trabalhadores, recuou 1,11% ontem. No mês, esse papel registrou apreciação de 8,20%.
A entrada de capital externo foi decisiva para a recuperação da Bovespa no mês. Responsáveis por cerca de 35% das operações feitas em pregão, os investidores estrangeiros mais compraram que venderam ações durante março. Até o dia 27, o saldo das operações da categoria estava positivo em R$ 2,16 bilhões, o melhor mês desde abril de 2008.
O fluxo mais expressivo de capital externo para o mercado brasileiro ajudou a fazer o dólar recuar 2,19% no mês. Cotada a R$ 2,318 ontem, a moeda tem depreciação de 0,69% no acumulado do ano.


Texto Anterior: Preço de casas registra queda recorde nos EUA
Próximo Texto: Vaivém das commodities
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.