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Governos regionais garantem superavit
Economia do setor público para o pagamento de juros da dívida é a menor para fevereiro desde 2002
EDUARDO RODRIGUES
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Apesar de ter registrado superavit primário de R$ 859 milhões nas contas de fevereiro, o
desempenho do setor público
foi o pior para o segundo mês
do ano desde 2002, quando se
iniciou a nova série histórica do
Banco Central, revisada para
excluir a Petrobras dessa conta.
O resultado, que corresponde à economia fiscal para o pagamento de juros da dívida, incorpora as receitas e os gastos
do governo central (BC, Tesouro e Previdência), das estatais
(exceto setor de petróleo e gás)
e dos Estados e dos municípios.
Mas, a despeito do ritmo veloz de recuperação na arrecadação federal, o governo central registrou deficit primário
de R$ 701 milhões no mês, devido ao cronograma pesado de
pagamentos ministeriais e de
obras de infraestrutura.
Além disso, o pior fevereiro
desde 1995 nessa conta (de
acordo com a série histórica do
Tesouro) também foi decorrente do grande volume de repasses de royalties e outras
transferências constitucionais
para Estados e municípios.
"Em janeiro, houve concentração de arrecadação que gerou um resultado estupendo. É
normal que no mês seguinte
você repasse isso para os governos regionais", disse o chefe do
Departamento Econômico do
Banco Central, Altamir Lopes.
Já o resultado negativo de R$
1,6 bilhão nas contas das estatais, que também foi o pior da
década para o mês, foi ocasionado pelos pagamentos de dividendos -sobretudo da Eletrobras- para a União e outros
acionistas.
Dessa forma, o consolidado
das contas públicas só ficou ligeiramente positivo graças ao
desempenho de Estados e municípios, cujo superavit de R$
3,1 bilhões, mesmo inferior aos
apurados em fevereiro dos últimos dois anos, foi suficiente
para cobrir os rombos nos outros segmentos do governo.
"Tendo em vista a recuperação das receitas, o resultado foi
baixo. Mas é pontual, porque
no acumulado do ano é bastante expressivo", disse Lopes.
No primeiro bimestre de
2010, o primário consolidado
soma R$ 17,044 bilhões, ou
3,26% do PIB (Produto Interno
Bruto). A meta de economia para este ano é de 3,3% e Lopes
considerou que não existem
riscos de o objetivo não ser
cumprido.
A relação dívida-PIB também aumentou em fevereiro e
chegou a 42,1%, depois de ter ficado em 41,6% do produto em
janeiro. Mas, levando em conta
os cenários de mercado para
câmbio e inflação em 2010,
além da previsão de crescimento da atividade econômica no
ano, a estimativa do economista é de um recuo dessa proporção para 40% até dezembro.
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