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Bolsa lidera aplicações no mês com alta de 5,82%
Fundos e poupança perdem para inflação; dólar cai 1,4%
DENYSE GODOY
DA REPORTAGEM LOCAL
Com uma elevação de 5,82%
do seu principal índice, o Ibovespa, a Bolsa de Valores de São
Paulo foi a aplicação financeira
mais rentável do país no mês de
março. Esse desempenho positivo apagou as perdas sofridas
no primeiro bimestre do ano,
de forma que agora a Bovespa
acumula uma alta de 2,6% em
2010. Ontem, subiu 0,59%, para 70.371 pontos.
O dólar comercial caiu 0,78%
ontem, para R$ 1,781, somando
uma desvalorização de 1,44%
em março, mas ainda assim
apresentando elevação de
2,18% no ano.
Nem os CDBs (Certificados
de Depósito Bancário), os fundos de renda fixa ou os fundos
DI conseguiram superar a inflação no mês passado: tiveram,
respectivamente, rendimento
de 0,76%, 0,93% e 0,73%, enquanto o IGP-M (Índice Geral
de Preços do Mercado) avançou 0,94%.
Daqui para a frente, todas as
atenções dos investidores devem se concentrar nas atitudes
do Banco Central quanto à taxa
básica de juros, a Selic.
Teoricamente, todo aumento de juros é prejudicial para o
mercado de ações, porque significa o encarecimento dos empréstimos que as empresas precisam tomar para financiar sua
produção e do crédito para a
pessoa física, utilizado para fazer compras. As empresas mais
prejudicadas, dessa maneira,
seriam as de bens de consumo e
as de construção civil.
As companhias cuja atividade tem relação setor de commodities devem continuar desfrutando de condições bastante
favoráveis. Foram as altas experimentadas pelos papéis da
mineradora Vale e das siderúrgicas em geral devido à mudança no sistema de reajuste dos
preços do ferro que impulsionaram a Bovespa em março,
aliás. Essa alteração está ligada
ao forte avanço da China, que
deve continuar acelerado nos
próximos meses, puxando as
cotações das matérias-primas
exportadas pelo Brasil.
"O mercado acionário sempre antecipa os acontecimentos. Então, boa parte do impacto causado pela elevação dos juros já deve estar computada
neste momento. Grandes mexidas na Bolsa só ocorreriam no
caso de uma forte modificação
no cenário esperado, como aumentos da Selic superiores ou
mais numerosos do que o previsto", diz Eduardo Otero, economista da corretora UM Investimentos.
Os fundos prefixados, como
os CDBs, ficam em desvantagem em tempos de alta de juros, pois o seu retorno é determinado no momento da aplicação do dinheiro -portanto, aumentos posteriores da Selic
não são considerados. Os pós-fixados, como os DI, levam vantagem, assim como os títulos do
Tesouro Nacional, que podem
ser adquiridos pelo programa
Tesouro Direto.
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