São Paulo, quinta-feira, 01 de abril de 2010

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Bolsa lidera aplicações no mês com alta de 5,82%

Fundos e poupança perdem para inflação; dólar cai 1,4%

DENYSE GODOY
DA REPORTAGEM LOCAL

Com uma elevação de 5,82% do seu principal índice, o Ibovespa, a Bolsa de Valores de São Paulo foi a aplicação financeira mais rentável do país no mês de março. Esse desempenho positivo apagou as perdas sofridas no primeiro bimestre do ano, de forma que agora a Bovespa acumula uma alta de 2,6% em 2010. Ontem, subiu 0,59%, para 70.371 pontos.
O dólar comercial caiu 0,78% ontem, para R$ 1,781, somando uma desvalorização de 1,44% em março, mas ainda assim apresentando elevação de 2,18% no ano.
Nem os CDBs (Certificados de Depósito Bancário), os fundos de renda fixa ou os fundos DI conseguiram superar a inflação no mês passado: tiveram, respectivamente, rendimento de 0,76%, 0,93% e 0,73%, enquanto o IGP-M (Índice Geral de Preços do Mercado) avançou 0,94%.
Daqui para a frente, todas as atenções dos investidores devem se concentrar nas atitudes do Banco Central quanto à taxa básica de juros, a Selic.
Teoricamente, todo aumento de juros é prejudicial para o mercado de ações, porque significa o encarecimento dos empréstimos que as empresas precisam tomar para financiar sua produção e do crédito para a pessoa física, utilizado para fazer compras. As empresas mais prejudicadas, dessa maneira, seriam as de bens de consumo e as de construção civil.
As companhias cuja atividade tem relação setor de commodities devem continuar desfrutando de condições bastante favoráveis. Foram as altas experimentadas pelos papéis da mineradora Vale e das siderúrgicas em geral devido à mudança no sistema de reajuste dos preços do ferro que impulsionaram a Bovespa em março, aliás. Essa alteração está ligada ao forte avanço da China, que deve continuar acelerado nos próximos meses, puxando as cotações das matérias-primas exportadas pelo Brasil.
"O mercado acionário sempre antecipa os acontecimentos. Então, boa parte do impacto causado pela elevação dos juros já deve estar computada neste momento. Grandes mexidas na Bolsa só ocorreriam no caso de uma forte modificação no cenário esperado, como aumentos da Selic superiores ou mais numerosos do que o previsto", diz Eduardo Otero, economista da corretora UM Investimentos.
Os fundos prefixados, como os CDBs, ficam em desvantagem em tempos de alta de juros, pois o seu retorno é determinado no momento da aplicação do dinheiro -portanto, aumentos posteriores da Selic não são considerados. Os pós-fixados, como os DI, levam vantagem, assim como os títulos do Tesouro Nacional, que podem ser adquiridos pelo programa Tesouro Direto.


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