São Paulo, quinta-feira, 01 de abril de 2010

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Apesar de venda recorde, setor não recompõe vagas perdidas na crise

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Mesmo com os sucessivos recordes de vendas de carros por conta da redução do IPI e da retomada dos financiamentos para a aquisição de veículos, o nível de emprego na indústria automotiva ainda não retomou o patamar pré-crise.
Neste mês, algumas montadoras, como Fiat e General Motors, anunciaram contratações em suas fábricas para ampliar a produção de veículos. A GM, por exemplo, disse que os investimentos na ampliação de suas unidades em São Caetano e Mogi das Cruzes, em São Paulo, devem resultar na criação de cerca de 1.500 postos de trabalho. Já a Fiat deve contratar mais mil funcionários em Betim (MG).
Mas as novas contratações ainda não vão zerar o deficit de vagas criado ao longo da crise global. De acordo com a Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores), em fevereiro, a indústria automotiva contava com 126,6 mil funcionários, ante 131,7 mil em outubro de 2008.
"As empresas estão ganhando em produtividade e acertando seus gargalos. Há uma melhora na eficiência, daí a necessidade de menos gente trabalhando para produzir o mesmo", afirmou o consultor André Beer, ex-presidente da Anfavea. "Esse é um processo natural", acrescentou.
As montadoras produziram em fevereiro 253.176 veículos, um volume 24% superior ao registrado no mesmo período do ano passado.

Recorde
Em março, as vendas do setor automotivo bateram recorde antes de o mês terminar. Até o dia 29, foram comercializados 453.780 veículos, entre automóveis, comerciais leves, caminhões, ônibus e motos. O resultado é 29,86% superior ao registrado em fevereiro.
Para o diretor-superintendente da consultoria Jato Dynamics, Luiz Carlos Augusto, a expansão do crédito no setor automotivo deve ser vista com cuidado. "Mais até que o IPI, foi esse o principal fator que impulsionou as vendas. É preciso tomar cuidado com financiamentos em até seis anos, como vimos atualmente. A longo prazo, isso pode provocar uma crise de inadimplência."


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