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IPI volta, e carro pode subir até R$ 2.000
Para consultor, preços podem aumentar mais se montadoras decidirem recompor margens; novas tabelas começam a sair hoje
Para os carros 1.0 flex,
alíquota sobe de 3% para
5%, e, nos veículos com
motorização entre 1.0 e 2.0,
tributo vai de 7,5% para 11%
PAULO DE ARAUJO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Após 15 meses, terminou ontem o último incentivo fiscal
para a compra de carros, e o IPI
(Imposto sobre Produtos Industrializados) dos modelos
flex (bicombustíveis) foi elevado. Para os carros 1.0, a alíquota
sobe de 3% para 5% a partir de
hoje. Já nos veículos com motorização entre 1.0 e 2.0, o imposto passa de 7,5% para 11%.
Com a elevação da carga tributária, a expectativa é que os
preços desses veículos tenham
um reajuste entre R$ 800 e R$
2.000, de acordo com concessionários. Hoje, algumas montadoras devem começar a divulgar as novas tabelas.
Para o diretor-superintendente da consultoria Jato
Dynamics, Luiz Carlos Augusto, é possível que haja aumentos ainda maiores, depois da
onda de descontos que marcou
os últimos 15 meses de vigência
do IPI reduzido. "Agora, com as
tabelas novas, é provável que as
montadoras queiram recompor suas margens."
Mas, no curto prazo, ainda
não há certeza de como os preços irão se comportar, ressalta
o presidente da Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores),
Sérgio Reze. "É difícil prever o
que vai acontecer porque isso
depende de uma decisão individual de cada montadora." Segundo o consultor Vitor Meizikas, da Molicar, empresa especializada no mercado automotivo, foi "feito muito alarde sobre aumento de preços, mas,
por conta da concorrência acirrada entre as empresas, não será fácil repassar a alta do IPI".
A redução do imposto foi
anunciada pelo governo em dezembro de 2008 como medida
para contornar a crise global,
que secou o crédito e derrubou
as vendas do setor automotivo,
provocando demissões em
massa. Inicialmente, a medida
duraria três meses, mas foi
prorrogada três vezes.
Em novembro de 2009, nas
vésperas da conferência sobre o
clima em Copenhague, o governo decidiu manter os benefícios para os modelos flex, enquanto retirava a redução do
tributo para veículos a gasolina.
Balanço
Durante a vigência do IPI reduzido, foram os segmentos de
carros 1.0 e 2.0 que tiveram melhor desempenho no mercado,
com com aumento de 15% das
vendas no período entre janeiro de 2009 e fevereiro de 2010
-na comparação com os 14 meses imediatamente anteriores-, de acordo com levantamento da Jato Dynamics. Os licenciamentos de veículos 1.6
cresceram 3,28%, enquanto os
com motor 1.8 recuaram 1,57%.
"Com a redução do imposto,
os consumidores que tinham
orçamento para pagar por um
carro 1.8 preferiram pular para
o 2.0. E, ao mesmo tempo, entraram novos consumidores no
mercado em busca de carros
populares", disse Augusto.
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