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Economia dos EUA cresce 0,6% no 1º tri
Avanço repete o verificado no 4º trimestre de 2007; aumento dos estoques, exportações e gastos com serviços evitam retração
Formação de estoques preocupa analistas, pois
sinaliza redução no consumo, que representa 70% da
economia americana
DA REDAÇÃO
A economia americana não
entrou em território negativo
no primeiro trimestre do ano,
como chegou a se temer, mas os
dados divulgados ontem não
afastaram as preocupações sobre o rumo da principal economia mundial. Segundo a primeira estimativa oficial, o PIB
dos EUA cresceu 0,6% na taxa
anualizada nos primeiros três
meses deste ano -avanço igual
ao do último trimestre de 2007.
Os principais itens que impediram a retração da economia
americana foram gastos com
serviços, exportações (ajudadas pela desvalorização do dólar) e aumento dos estoques.
Este último item, que colaborou com 0,81 ponto percentual
para a expansão do PIB, é a
principal preocupação dos economistas, já que ele sinaliza
uma queda no consumo.
Economistas apontam que o
aumento nos estoques -que
cresceram US$ 1,8 bilhão no
primeiro trimestre, ante queda
de US$ 18,3 bilhões nos três
meses anteriores (quando diminuíram em 1,79 ponto percentual o PIB do período)- representa um ponto de preocupação para os próximos meses.
Caso a economia não melhore,
permitindo que as indústrias
consigam se desfazer das mercadorias, o desemprego deverá
aumentar, levando a uma nova
redução no consumo.
E, mesmo que o comércio
continue a fazer novos pedidos,
as empresas provavelmente
não precisarão manter o mesmo ritmo, já que precisarão
vender antes os estoques existentes, o que pode se refletir em
corte no número de horas dos
trabalhadores e desaceleração
na compra de matérias-primas.
"Uma grande contribuição
dos estoques em um trimestre
se traduz em recuperação desses investimentos no período
seguinte", afirmou Zach Pandl,
do Lehman Brothers. "As empresas devem recuar." Vários
analistas dizem acreditar que o
PIB dos EUA deverá ter queda
neste trimestre, recuperando-se a partir de julho, quando já
devem ser sentidos mais fortemente os efeitos do plano de estímulo do governo, cujos cheques começaram a entrar nas
contas dos contribuintes.
O resultado do primeiro trimestre não confirmou as previsões de que os EUA já estão em
recessão, feitas por vários economistas e até por Warren Buffett, o homem mais rico do
mundo, segundo a "Forbes".
Porém não diminuiu os temores sobre a economia do país, já
que o desemprego aumentou e
os consumidores diminuíram o
ritmo dos gastos nos últimos
meses. A definição padrão de
recessão nos EUA envolve dois
trimestres consecutivos de
crescimento negativo.
O próprio relatório do PIB
mostra a desaceleração dos
gastos dos consumidores, que
representam cerca de 70% da
economia americana. Nos primeiros três meses do ano, eles
contribuíram com 0,68 ponto
percentual do crescimento
-0,90 ponto percentual menos
que no trimestre anterior.
Com o "New York Times"
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