São Paulo, quinta-feira, 01 de maio de 2008

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BC dos EUA faz sétimo corte seguido nos juros

DA REDAÇÃO

Como já era esperado, o Fed (Federal Reserve, o banco central dos Estados Unidos) cortou em 0,25 ponto percentual, para 2%, a taxa de juros básica americana e sinalizou que não deverá acontecer uma redução na próxima reunião da entidade, marcada para junho. Ainda assim, o BC americano deixou abertas as portas para novos cortes nos próximos meses.
Foi o sétimo corte consecutivo na taxa de juros pelo Fed desde o encontro de setembro do ano passado, em uma tentativa de impedir que a economia do país entre em recessão, motivada pelas crises nos mercados financeiro e imobiliário -resultado dos problemas no setor de hipotecas "subprime" (de alto risco).
Os juros americanos estão agora no seu menor nível desde novembro de 2004 e 3,25 pontos percentuais inferiores em relação à taxa de setembro passado, quando começou o atual ciclo de cortes.
Uma das novidades do comunicado divulgado pelo Fed após a decisão -que é como os analistas tentam interpretar os próximos passos da entidade- foi a supressão da afirmação de que "os riscos negativos para o crescimento permanecem". A declaração, uma das raras mudanças em relação ao texto do encontro de março, foi vista como um dos sinais de que o organismo fará uma pausa nos cortes na taxa de juros.
O BC americano afirmou que a atividade econômica "permanece fraca", os gastos do comércio e das famílias estão "reprimidos" e os mercados de trabalho "enfraqueceu ainda mais". Disse ainda que os gastos dos consumidores se desaceleraram e que os mercados financeiros continuam sob "considerável pressão".
Também ontem, o Fed aprovou a redução em 0,75 ponto percentual da taxa de redesconto, para 2,5%.
Assim como aconteceu no encontro de março, dois dos integrantes do Fomc (o comitê de política monetária do Fed) votaram contra a nova redução dos juros -oito foram favoráveis à medida-, o que demonstra que eles estão mais preocupados com os riscos do aumento da inflação do que com a desaceleração da economia. No comunicado de ontem, o banco central dos EUA disse que "será necessário continuar a monitorar cuidadosamente os progressos da inflação".
O CPI (índice de preços ao consumidor, na sigla em inglês, e que é acompanhado pelo Fed) subiu 0,3% em março em relação a fevereiro, puxado principalmente pelo custo da energia, que subiu 1,9%, após queda de 0,5% em fevereiro. Os dados do mês passado só serão divulgados no dia 14. O aumento no preço dos combustíveis é atualmente uma das principais preocupações dos consumidores norte-americanos.


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