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POLÍTICA MONETÁRIA
Lula defende Copom e diz que eleição não interfere nos juros
BERNARDO MELLO FRANCO
DENYSE GODOY
DA REPORTAGEM LOCAL
O presidente Luiz Inácio
Lula da Silva defendeu ontem a alta de 0,75 ponto percentual na taxa de juros, para
9,5% ao ano, anunciada na
quarta-feira pelo Copom
(Comitê de Política Monetária) do Banco Central. Ele reclamou das críticas à medida
e prometeu não fazer populismo na economia por causa
das eleições.
"Vou dizer em alto e bom
som, para quem pensa que
nós vamos brincar com a
economia: não há eleição que
me faça jogar fora o que nós
acumulamos", afirmou, na
posse da nova diretoria da
Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores), em São
Paulo.
Lula disse que a disputa
presidencial não influenciará as próximas reuniões do
Copom. Deixou claro que o
BC continuará a elevar juros
caso a pressão inflacionária
continue.
"A gente não pode, por
conta de uma eleição, afrouxar o controle da economia e
deixar a coisa desandar",
afirmou. "Sei o prejuízo que a
inflação causa no bolso do
trabalhador."
O presidente prometeu
entregar o governo com a
economia estabilizada, independentemente do resultado
das urnas. "Quem tiver que
ganhar a eleição vai receber
um país arrumado."
Meirelles
O presidente do Banco
Central, Henrique Meirelles,
lançou mão do pragmatismo
para responder às críticas de
que o aumento dos juros brasileiros ora promovido pela
instituição vai interromper o
crescimento do país.
"Tudo na economia tem
custos e benefícios. Quando
existe um excesso de demanda, tal desequilíbrio será corrigido de uma forma ou de
outra", disse Meirelles, ontem, em São Paulo.
"Ou o BC corrige -e a
grande vantagem é que tem
piloto- ou a inflação corrige.
E essa é uma alternativa que
a história provou que é deletéria para a sociedade como
um todo", acrescentou.
O presidente do BC também afirmou que a instituição continuará atuando,
quando for necessário, para
recolher o excesso de dólares
que entra no país.
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