São Paulo, sábado, 01 de maio de 2010

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POLÍTICA MONETÁRIA

Lula defende Copom e diz que eleição não interfere nos juros

BERNARDO MELLO FRANCO
DENYSE GODOY

DA REPORTAGEM LOCAL

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu ontem a alta de 0,75 ponto percentual na taxa de juros, para 9,5% ao ano, anunciada na quarta-feira pelo Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central. Ele reclamou das críticas à medida e prometeu não fazer populismo na economia por causa das eleições.
"Vou dizer em alto e bom som, para quem pensa que nós vamos brincar com a economia: não há eleição que me faça jogar fora o que nós acumulamos", afirmou, na posse da nova diretoria da Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores), em São Paulo.
Lula disse que a disputa presidencial não influenciará as próximas reuniões do Copom. Deixou claro que o BC continuará a elevar juros caso a pressão inflacionária continue.
"A gente não pode, por conta de uma eleição, afrouxar o controle da economia e deixar a coisa desandar", afirmou. "Sei o prejuízo que a inflação causa no bolso do trabalhador."
O presidente prometeu entregar o governo com a economia estabilizada, independentemente do resultado das urnas. "Quem tiver que ganhar a eleição vai receber um país arrumado."

Meirelles
O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, lançou mão do pragmatismo para responder às críticas de que o aumento dos juros brasileiros ora promovido pela instituição vai interromper o crescimento do país.
"Tudo na economia tem custos e benefícios. Quando existe um excesso de demanda, tal desequilíbrio será corrigido de uma forma ou de outra", disse Meirelles, ontem, em São Paulo.
"Ou o BC corrige -e a grande vantagem é que tem piloto- ou a inflação corrige. E essa é uma alternativa que a história provou que é deletéria para a sociedade como um todo", acrescentou.
O presidente do BC também afirmou que a instituição continuará atuando, quando for necessário, para recolher o excesso de dólares que entra no país.


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