São Paulo, sábado, 01 de maio de 2010

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Cesta de tarifa bancária sobe mais que inflação

Pesquisa da ProTeste aponta que, de 35 pacotes de serviços pesquisados, 37% tiveram alta maior que IPCA

VERENA FORNETTI
DA REDAÇÃO

Segundo pesquisa da Pro-Teste (associação de defesa do consumidor), dos 35 pacotes de serviços bancários monitorados no último ano, 13 -ou 37%- tiveram aumento de preço acima da inflação. Já no pacote padronizado pelo Banco Central, que todas as instituições devem ofertar, incluindo os mesmos itens, houve queda ou estabilidade nos valores em todos os bancos pesquisados.
Para a entidade, a pesquisa, realizada nos nove maiores bancos do país, mostra que o consumidor foi punido. Já a Febraban, que representa os bancos, contesta essa avaliação. Hessia Costilla, economista da ProTeste, afirma que os bancos só abaixaram os preços no pacote padrão, que é o menos procurado pelos clientes. "Já fizemos testes, mandando pesquisadores para os bancos como se fossem clientes. Eles não informam que existe a opção padronizada."
Por outro lado, a ProTeste diz que os dados também mostram que a regulamentação feita pelo governo há dois anos foi positiva para o setor, que ficou mais transparente com a criação do pacote padrão. A determinação facilitou o acompanhamento dos serviços. Os pacotes de serviços ofertados pelos bancos não precisam ser contratados pelos consumidores. O cliente tem direito de optar por uma conta de "serviços essenciais" sem ter que pagar nada por ela. Mas a ProTeste afirma que os bancos, em geral, não divulgam que o consumidor tem esse direito.
Para a Febraban, os bancos não têm interesse em omitir os direitos dos consumidores. Os serviços essenciais a que os consumidores têm direito incluem fornecimento de cartão de débito, segunda via do cartão, compensação de cheques, consultas pela internet e, a cada mês, dez folhas de cheque, quatro saques em guichês no banco ou nos caixas eletrônicos, dois extratos e realização de duas transferências entre contas da própria instituição.
A associação que representa os bancos brasileiros diz que a alta de preços em pacotes de serviços constatada pela ProTeste não é generalizada.
A Febraban também divulgou pesquisa sobre os valores dos serviços bancários. Porém, a metodologia é diferente da adotada pela ProTeste. A associação dos bancos monitorou tarifas avulsas (como sustação de cheque e depósito identificado), e não cestas de serviços (que reúnem diversas cotas em um pacote mensal). Das 30 tarifas avulsas, segundo a Febraban, 23 ficaram mais baratas em dois anos.

Veja a relação de tarifas cobradas pelos bancos

www.folha.com.br/1012021



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