São Paulo, terça-feira, 01 de junho de 2004

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LUÍS NASSIF

A tecnologia social

Na coluna de sábado, mencionei os ganhos que poderiam advir para o país do uso das tecnologias sociais para a disseminação de conceitos e inovações para micro e pequenas empresas.
Nos Instituto Ayrton Senna, Comunidade Solidária, Capacitação Solidária, Instituto Hospitalidade, entre outros.
O primeiro passo consiste em identificar claramente a causa do problema a ser atacado. Há que ter bons levantamentos científicos e despender bom tempo atrás do bom diagnóstico. Como ensinam os japoneses, todo o tempo perdido no planejamento será recuperado com lucros na implementação.
O segundo passo consiste em pensar em um piloto, testado na prática, mas já preparado para ser reproduzido. Segundo Viviane Senna e demais especialistas, é ineficaz o segundo caminho -o de identificar práticas isoladas bem-sucedidas e pensar depois na multiplicação. Podem ser até práticas exemplares, mas sem as características para a multiplicação.
Como a multiplicação da experiência consiste em transferência de conhecimento, uma de suas características tem que ser a simplificação, a facilidade para que cada agente, na ponta, entenda a lógica e reproduza o modelo.
Outra característica relevante é o baixo custo, ainda mais se se pretender disseminar a experiência em nível nacional.
Outro ponto fundamental é ter claro, desde o início, o papel que caberá a cada parceiro -ONGs, patrocinador privado e setor público. E, aí, tão ou mais importante que o modelo pedagógico é o gerencial.
Há que definir, desde o início, os indicadores de acompanhamento e o modelo de avaliação.
No caso do Acelera Brasil (de reforço a alunos repetentes) de São Paulo, por meio de sistemas informatizados, o instituto acompanha o desempenho de cada aluno, cada classe, cada colégio dos Estados conveniados -em um sistema em que a escola está submetida a um coordenador regional, que responde a um estadual, que responde ao instituto. Assim, os problemas são rapidamente identificados para permitir soluções rápidas.
O terceiro passo é reproduzir a experiência piloto em um conjunto estatisticamente relevante de ambientes -cidades grandes, médias, pequenas, pobres, ricas, do litoral, do interior. Esse período inicial de avaliação precisa ser exaustivamente testado, antes de começar a replicar em escala nacional.
Um aspecto fundamental do modelo -tanto na ação social quanto nos chamados Arranjos Produtivos Locais- é respeitar as características do meio em que vai ser aplicado. Ou seja, há que ser suficientemente flexível para ser reproduzido e, ao mesmo tempo, poder ser customizado para cada região.

Ministério Público
Está na hora de a corporação considerar que cada vazamento de informação de inquérito, antes de devidamente checada, cada acusação sem provas fundamentadas são sabotagem contra o instituto do Ministério Público.
Está vindo aí um forte movimento de redução das atribuições do Ministério Público. E as principais armas dos adversários são os procuradores que continuam agindo apenas para conquistar manchetes.

E-mail - Luisnassif@uol.com.br


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