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TRIBUTAÇÃO
Ministro da Fazenda e presidente da CUT têm encontro com João Paulo, presidente da Câmara, para discutir tema
Palocci e Marinho retomam correção do IR
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O ministro Antonio Palocci Filho (Fazenda) e o presidente da
CUT, Luiz Marinho, voltam a discutir hoje a correção na tabela do
Imposto de Renda. O encontro
será no gabinete do presidente da
Câmara, João Paulo Cunha (PT-SP), que tenta mediar uma solução para o impasse.
Segundo a Folha apurou, a idéia
de João Paulo é convencer a Fazenda e a central sindical a aceitar
uma correção da tabela a partir do
último quadrimestre do ano, pela
inflação acumulada desde o início
do governo Lula -cerca de 11%
até o início de maio.
Na Fazenda, que debateu o tema ontem, a posição ainda é a
mesma já manifestada por Palocci: a discussão só deve se dar na
elaboração do Orçamento de
2005, ou seja, não é aconselhável
corrigir a tabela já neste ano.
Mas os técnicos envolvidos na
análise do tema admitem que a
pressão política para aliviar a tributação do IR é forte e pode levar
à aceitação de algum tipo de acordo -ainda mais porque a correção da tabela foi prometida por
Lula, em abril, a uma platéia de
metalúrgicos.
Segundo o presidente da CUT
(Central Única dos Trabalhadores), "houve avanços de bastidores" desde a promessa de Lula,
apesar das negativas públicas de
Palocci. Marinho, porém, preferiu não adiantar o que espera do
encontro de hoje.
"Nós queremos correção já",
disse, quando questionado sobre
a idéia de promover a correção no
final do ano. A central também
reivindica a correção pela inflação
acumulada desde 1996. No entanto, terá obtido uma vitória se a
proposta de João Paulo vingar.
A correção da tabela do IR, bandeira do PT nos anos de oposição,
é considerada um retrocesso pela
equipe de Palocci -e não só porque deve significar perda de arrecadação. Atualizar pela inflação
as faixas de tributação e o valor
das deduções reduz o peso do IR
sobre os contribuintes.
Nos últimos anos em que a tabela ficou congelada (desde 1996,
ela só foi alterada em 2002), todos
os reajustes salariais, mesmo os
que se limitaram à reposição da
inflação ou menos que isso, implicaram aumento da tributação.
A Fazenda argumenta que a tributação pelo IR está muito abaixo
do recomendável no Brasil, onde
predominam os tributos indiretos -embutidos nos preços das
mercadorias e serviços e têm impacto maior sobre os mais pobres.
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