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Ata do Fed dá brecha a elevação de juros
Com medo de novas pressões inflacionárias, BC dos EUA chegou a cogitar aumento da taxa em meio ponto em maio
Diretores reconhecem que
crescimento do país pode
perder fôlego, mas identificam pressões inflacionárias
DA ASSOCIATED PRESS
Temendo que o potencial de
inflação se agrave, os diretores
do Federal Reserve (BC dos
EUA) em sua reunião de maio
consideraram elevar os juros
básicos em meio ponto percentual antes de decidir pela alta
de 0,25 ponto percentual.
O presidente do órgão, Ben
Bernanke, e seus colegas do
Fed também decidiram deixar
a porta aberta para novos aumentos dos juros "diante do
risco de que a previsão de inflação possa piorar", segundo as
minutas da reunião a portas fechadas realizada em 10 de maio
pelo Fed, divulgadas ontem.
A perspectiva de novas elevações dos juros nos EUA é a
maior responsável pela turbulência nos mercados globais
desde a última reunião do Fed,
já que ela tende a atrair investidores para papéis do Tesouro
americano em detrimento a
outros mercados.
Apesar da perspectiva de novos aumentos, os mercados tiveram dia mais tranqüilo ontem (leia texto ao lado).
As minutas mostram que os
diretores avaliaram vários cenários, até o de não elevar os juros. Consideraram se havia
maior probabilidade de a economia desacelerar diante dos
aumentos de juros anteriores
ou se o aumento dos preços da
energia poderia provocar uma
inflação mais generalizada. Então aprovaram o aumento de
0,25%, o 16º consecutivo.
A decisão unânime elevou as
taxas dos fundos federais para
5%, o nível mais alto em cinco
anos. As altas começaram em
em junho de 2004.
Risco inflacionário
O Fed disse que "diversos fatores estão aumentando os riscos de alta da inflação", incluindo o aumento dos preços da
energia, assim como alguns
preços de matérias-primas e o
menor valor do dólar, que vem
se desvalorizando em relação
ao euro e ao iene, movimento
acentuado desde o início da
turbulência atual.
O dólar mais fraco pode aumentar os preços dos produtos
importados pelos EUA e, assim,
dar ao empresário americano
mais margem para aumentar
seus próprios preços.
No final de abril, os preços do
petróleo atingiram uma alta recorde, passando de US$ 75 o
barril. Os preços da gasolina
também subiram, chegando a
US$ 3 por galão (3,78 litros) em
algumas regiões.
"As pressões inflacionárias
parecem um pouco maiores do
que o comitê havia previsto"
quando se reuniu para seu encontro anterior em março, disseram as minutas da reunião do
Fed.
Crescimento menor
Enquanto reconhecem alguns "riscos de redução da atividade econômica", os membros do Fed acreditam que o
rumo mais provável é que a
economia se modere gradualmente nos próximos trimestres, o que ajudaria a conter as
pressões inflacionárias.
"Diante dos riscos para o
crescimento e a inflação, os
membros do comitê ficaram incertos sobre quanto enrijecimento ainda será necessário"
depois do aumento de maio, segundo as minutas.
Tradução de LUIZ ROBERTO
MENDES GONÇALVES
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