São Paulo, sexta-feira, 01 de junho de 2007

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Justiça ou governo ainda pode beneficiar poupador

Decisão pode vir por meio de ação civil ou súmula

DA REPORTAGEM LOCAL

Quem não recorreu à Justiça pedindo a reposição das perdas nas cadernetas de poupança provocadas pelo Plano Bresser, de junho de 1987, ainda poderá ser beneficiado por uma ação civil pública ou por uma decisão do governo federal.
O prazo para pedir a reposição das perdas terminou ontem, porque o plano foi editado em 12 de junho de 1987 e valia para as cadernetas de poupança com aniversário entre os dias 1º e 15 daquele mês. Pelo Código Civil, o prazo para recuperar as perdas é de 20 anos.
Como muitos poupadores não recorreram, eles poderão, no futuro, ser beneficiados por uma daquelas duas decisões. No caso do governo, a Procuradoria Geral da Fazenda Nacional analisa a questão para definir se seria o caso de editar uma súmula favorável a todos os poupadores, a exemplo do que ocorreu com os expurgos do FGTS nos planos Verão (1989) e Collor 1 (1990). Em 2001, o governo FHC fez um acordo com os trabalhadores porque o Supremo Tribunal Federal já havia decidido que as perdas eram devidas. Além disso, no caso do FGTS o governo é o responsável pelos créditos nas contas dos trabalhadores.
No caso das perdas das cadernetas de poupança não ocorre o mesmo, uma vez que se trata de uma relação da qual o governo não participa -é entre o banco e o cliente. Assim, não se sabe se o governo vai mesmo editar uma súmula em favor de todos os poupadores que tiveram perdas em 1987.
No caso de uma ação civil pública, ela precisaria ter abrangência nacional para que todos venham a ser beneficiados. Em São Paulo, o Idec (Instituto de Defesa do Consumidor) entrou com esse tipo de ação pedindo o pagamento da diferença para todos ou poupadores, sejam ou não associados da entidade.
Segundo o Idec, se o resultado da ação for favorável, todas as pessoas que tinham poupança na época poderão se beneficiar. A única possibilidade de isso não acontecer é se a Justiça restringir o alcance da ação a um público específico -somente os poupadores do Estado de São Paulo, por exemplo.


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