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Mercado Aberto
GUILHERME BARROS - guilherme.barros@grupofolha.com.br
Perdas levam milionários a contratar gestores próprios
A designer carioca I.P., 50
anos, herdou sua fortuna do
pai, um economista conceituado que ergueu um patrimônio
de oito dígitos em 50 anos como funcionário de carreira do
Banco Central. "Também perdi
dinheiro com a crise", diz a empresária. "Mas teria sido pior se
tivesse deixado meu dinheiro
nas mãos dos administradores
dos bancos, que só tentam me
empurrar fundos arriscados.
Cansei de receber propostas de
multimercado nos últimos meses. Esse produto é bom para o
gestor, que recebe comissão sobre o retorno, não para mim."
I.P. aceitou conversar com a
Folha, desde que sua identidade fosse preservada. Ela faz
parte de um grupo que decidiu
escapar dos conflitos de interesse com as instituições financeiras e buscar atendimento
customizado. Por isso, I.P. acabou contratando o Naopim,
uma "multi family office".
Em geral, empresas como essa evoluíram a partir de uma
"family office", escritórios criados pelos milionários, que contrataram no mercado financeiro profissionais de sua confiança para administrar seu patrimônio. Esses gestores passaram a ganhar salários fixos e comissões sobre o desempenho
total do patrimônio, nunca sobre os fundos isoladamente.
"Isso diminui o conflito de interesse", diz José Guimarães
Monforte que, em 1998, tornou-se sócio dos donos da Natura na Janos. Em 2007, essa
"family office" originou a Pragma, uma "multi family office",
que hoje atende 15 clientes.
Estima-se que existam cerca
de 60 "family offices" no Brasil
e mais uma centena de "multi
family offices". Essas empresas
esperam aumentar em até 15%
o número de clientes nos próximos anos, devido às perdas registradas pelos investimentos
administrados pelos bancos.
"Nas "multi family offices" a
gestão é compartilhada e há
isenção", diz Francisco Cittadino, do Naopim. "Não temos
fundos a oferecer. Só recomendamos o que tem mais a ver
com o perfil do cliente. Ele decide e mexe com o dinheiro."
Para se ter ideia do que significa, em julho de 2007, os clientes da Pragma já tinham sido
aconselhados por relatórios internos elaborados pela equipe
de analistas da consultoria a reduzir os papéis de alto risco
(ações e multimercado, principalmente) para, pelo menos,
50% da carteira. "Essa era uma
crise anunciada", diz Monforte.
NA CAIXA
A Enoteca Fasano acaba de lançar a Selezione Fasano,
uma seleção de vinhos exclusiva da importadora, que contém cinco de seus melhores italianos, que representam diferentes regiões do país. A lista foi escolhida pelos sommeliers
do grupo. Os vinhos foram embalados com um rótulo personalizado da grife Selezione Fasano. A seleção completa e armazenada em uma caixa de madeira custa R$1.332, mas as
garrafas também poderão ser vendidas separadamente.
MARCA
A logomarca oficial da cidade de São Paulo para a Copa de 2014 estará presente, a
partir de agora, em todo material de comunicação do
mundial que mencionar a
capital paulista. O trabalho é
assinado pela MPM Propaganda e foi encomendado
pela São Paulo Turismo,
cliente da agência.
VITRINE
A Kingston, líder mundial
na fabricação de memórias
para computador (incluindo
pen drives), vai abrir duas lojas-conceito. A primeira será
na galeria Continental, em
São Paulo, na região da rua
Santa Ifigênia. A outra será
no Infocentro, no Rio de Janeiro. Nenhuma venderá
produtos. A ideia é utilizá-las
como vitrines para firmar a
marca, que voltou a ser alvo
de piratas em todo o país.
VERDE
A rede Mundo Verde planeja abrir dez novas lojas
neste ano em São Paulo. Nos
próximos dias, abre em Vila
Leopoldina.
ROUPA NOVA
A marca de roupas TNG
vai reformar o ambiente de
suas 132 lojas neste ano.
Tendência no Cade é aprovar com restrição
A decisão mais provável do
Cade sobre a fusão da Sadia
com a Perdigão é que o órgão
aprove o negócio parcialmente. Segundo levantamento do escritório Sampaio Ferraz, a maioria das
operações foi aceita, mas
precisou de ajustes, geralmente a venda de ativos.
Das 12 operações mapeadas pelo escritório, o Cade
rejeitou três, aprovou quatro
sem restrições relevantes e
outras cinco com a obrigação
de venda de ativos.
Para Juliano Maranhão,
sócio do Sampaio Ferraz, a
desconstituição total do negócio é uma decisão radical.
O provável é uma aprovação
com restrições. "Isso já é
uma mão pesada, que diminui o valor do negócio."
TIRO DE META
A Aon, especializada em
consultoria de riscos, benefícios e corretagem de seguros
e resseguros, acaba de anunciar o fechamento do patrocínio do time inglês Manchester United, a partir de 1º
de janeiro de 2010. O time
mais valioso da atualidade
antes era patrocinado pela
AIG, seguradora que esteve
no epicentro da crise.
RELATÓRIO
No último ano houve um
aumento de aproximadamente 70% no número de
companhias no país que elaboram seus relatórios de
sustentabilidade de acordo
com a GRI (Global Reporting Initiative), um dos principais padrões de redação da
publicação no mundo. A partir deste ano, o Corinthians
também passa a produzir esse tipo de relatório.
com JOANA CUNHA,MARINA GAZZONI e JULIO WIZIACK
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