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análise
Crise expõe fim de uma era nos EUA
DO "FINANCIAL TIMES"
Não é coincidência o Século Americano ter coincidido com a ascensão e queda da General Motors, que
tinha se tornado a maior e
a mais lucrativa empresa
do mundo quando atingiu
a meia-idade.
O choque da queda da
GM foi amortecido por outros colapsos corporativos
espetaculares e outros socorros multibilionários
com dinheiro do contribuinte. Mas, embora a frase "o fim de uma era" tenha ficado gasta ultimamente, ela certamente se
aplica neste caso.
Se você dissesse a um
americano 50 anos atrás
que mais carros seriam
vendidos na "China vermelha" do que nos EUA e
que a GM quebraria e seria
salva por dinheiro do governo em boa parte emprestado de Pequim, ele
questionaria sua sanidade.
As mudanças que tornaram esses acontecimentos
realidade foram em geral
muito graduais para serem
compreendidas. A GM pode ter passado um ano
ruim, sofrido uma greve
dolorosa ou perdido fatias
do mercado para uma
companhia japonesa de
nome estranho, mas sua
solidez era artigo de fé,
mesmo quando passou de
caso de estudo sobre eficiência corporativa a caso
sobre gestão esclerosada.
Às vésperas da primeira
crise de energia, nos anos
1970, quase a metade dos
carros vendidos nos maiores mercados mundiais
era ainda fabricada pela
GM. Mas acordos trabalhistas rígidos, ávidos
competidores e décadas
de liderança sem visão de
longo prazo e sem criatividade cobraram seu preço.
A reemergência da GM
como uma corporação renovada e reduzida é muito
provável, dados os enormes capitais financeiros e
políticos comprometidos
com ela. Sem o peso de sua
dívida e de suas revendedoras mais fracas, a nova
GM pode começar a fazer
dinheiro desde o início.
Mas lucrar após a concordata é mais fácil do que reverter décadas de declínio.
Poderão existir fabricantes de carros com sede
nos EUA daqui a algumas
décadas, mas, infelizmente, as mudanças sendo impostas pela nova tutela do
Estado são muito suaves, e
os rivais asiáticos ascendentes são mais avançados
para permitir que a GM se
torne mais do que uma
sombra em relação à sua
antiga dominação.
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