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Queda do dólar faz turista reavaliar férias
Pacotes para o exterior se tornam mais atrativos com a desvalorização da moeda norte-americana nos últimos meses
Especialistas recomendam cautela com gastos no cartão e que divisas como cheque de viagem sejam adquiridas aos poucos
DENYSE GODOY
DA REPORTAGEM LOCAL
A forte queda do dólar nas últimas semanas está fazendo
muita gente reavaliar seus projetos para as férias de julho, que
ficaram mais baratas.
Quando a moeda americana
disparou, a partir de setembro
do ano passado, com o recrudescimento da crise, quem
pensava em passar o final de
ano no exterior mudou de ideia
e preferiu curtir viagens pelo
Brasil mesmo, devido ao medo
de que as suas despesas fora do
país explodissem. Agora, os pacotes para Disney ou Europa
não parecem mais tão proibitivos como alguns meses atrás.
Cautela no planejamento é
essencial para evitar dores de
cabeça que estraguem o passeio, avisam os analistas.
Geralmente, os preços das
viagens para o exterior são definidos em dólar, convertidos em
real no ato do fechamento do
contrato e divididos em parcelas fixas, mas é bom conferir
com o agente se mudanças nas
cotações da moeda americana
alteram de alguma maneira os
valores a pagar no futuro.
Pode-se sim aproveitar a desvalorização do dólar para começar a comprar o dinheiro
que será gasto no destino. Porém, como o mercado cambial
está sujeito a oscilações bruscas -nada garante, neste cenário de crise internacional, que a
moeda continuará caindo, embora seja a aposta dos economistas-, a melhor estratégia,
segundo os consultores financeiros, é adquirir divisas aos
poucos, em papel-moeda, cheque de viagem e cartões pré-pagos. Dessa forma, foge-se de cotações extremas.
Também é preciso cuidado
com os gastos no cartão de crédito. A fatura considera o valor
do dólar na data do seu fechamento; porém, se na hora da
quitação a moeda tiver subido
(ou caído), a diferença aparecerá no extrato do mês seguinte.
Outra dúvida que surge
quando as cotações do dólar
mudam de patamar diz respeito a aplicar dinheiro na moeda
como forma de investimento.
Não é uma boa ideia, segundo
especialistas. "A divisa é flutuante e sempre será. Por isso,
não faz sentido colocar seu patrimônio em moeda", diz Luiz
Jurandir Simões, professor da
Fipecafi (Fundação Instituto
de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras). "A única
hipótese em que é saudável investir em dólar é quando se tem
um objetivo claro diretamente
vinculado às cotações."
Esse objetivo pode ser um intercâmbio de estudos no exterior alguns meses à frente, por
exemplo. Ou, no caso de um
empresário, a compra de máquinas importadas. Se as cotações variarem até o momento
de concretização da meta, o investidor estará protegido.
"Fora isso, é arriscado demais. Se nem os grandes investidores e os bancos conseguem
acertar as variações de cotação,
imagine os pequenos", comenta Simões.
Para quem precisa acompanhar as variações, os fundos
cambiais são uma opção. Não
andam muito populares ultimamente, é verdade, por causa
da queda da moeda e da maior
estabilidade relativa do país.
Antes, as crises causavam estragos superiores aos que esta
tem provocado. Aí, a aplicação
em dólar devolvia bons rendimentos ao investidor.
Neste ano, até abril, esses
fundos tiveram resgates líquidos (aplicações menos saques)
de R$ 46,78 milhões, o equivalente a quase 16% do seu patrimônio. A rentabilidade depende de cada produto. Porém, de
três anos para cá, somente
2008 registrou uma elevação
do dólar comercial, de 31,94%.
Em 2006, houve depreciação
de 8,66%; em 2007, de 17,15%.
Em 2009, a baixa chega a 16%.
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